Neandertais
CURIOSIDADES
Por que o rosto dos neandertais e o dos humanos é tão diferente?
Você
já deve ter visto inúmeras representações e reconstruções
anatômicas dos Neandertais,
não é mesmo? Como você sabe, esses nossos “primos”
desapareceram do planeta há cerca de 40 mil anos e, apesar de eles
serem os povos extintos mais próximos dos humanos atuais, uma das
diferenças mais evidentes eram suas características faciais, bem
mais robustas do que as nossas.
De
acordo com Laura Geggel, do portal Live
Science,
uma equipe de cientistas da Faculdade de Odontologia da Universidade
de Nova York recentemente apresentou um estudo no qual revelam o
motivo de as faces dos neandertais serem tão diferentes das nossas —
e a discrepância se deve ao fato de como os ossos da face deles se
desenvolviam.
Segundo
os pesquisadores, enquanto nos humanos o desenvolvimento dos ossos da
face durante a infância dá origem a rostos menos salientes, nos
neandertais os depósitos ósseos continuavam até a adolescência,
resultando em maxilares, testas e narizes mais protuberantes.
Desenvolvimento da face
Os
pesquisadores explicaram que os ossos são formados por células
chamadas osteoblastos — e absorvidos por estruturas conhecidas como
osteoclastos. Durante o estudo, eles realizaram um mapeamento dos
depósitos de osteoblastos e da reabsorção óssea (processo no qual
os osteoclastos decompõem os ossos) das camadas mais externas das
faces dos neandertais.
Para
o mapeamento, os cientistas usaram crânios de crianças neandertais
encontrados em dois sítios arqueológicos diferentes, um localizado
no sul da França e o outro em Gibraltar. Os pesquisadores também
avaliaram quatro exemplares de hominídeos adolescentes encontrados
em Sima
de los Huesos,
na Espanha — que são considerados como prováveis ancestrais dos
neandertais.
O
time descobriu que, enquanto nos humanos as camadas mais externas dos
ossos da face contam com osteoblastos, os neandertais apresentavam um
importante acúmulo ósseo nessa mesma região do rosto.
Protuberâncias
A
análise apontou que tanto nos humanos como neandertais é possível
observar um aumento gradual nos depósitos ósseos após o
nascimento. No entanto, nos seres humanos parte desses depósitos é
reabsorvida durante a infância, especialmente da região inferior da
face; nos neandertais e nos hominídeos de Sima de los Huesos, o
acúmulo ósseo prosseguia durante a adolescência, resultando em
maxilares também mais protuberantes
. De
acordo com os pesquisadores, a descoberta ajuda a explicar a redução
que a face dos humanos sofreu há cerca de 200 mil anos, dando origem
a rostos menores do que os dos nossos ancestrais mais antigos. Isso
porque os neandertais e os hominídeos encontrados na Espanha
apresentam padrões de desenvolvimento ósseo na face parecidos, e os
humanos foram os que se diferenciaram do parâmetro seguido pelos
nossos ancestrais.
Conforme
disseram os cientistas, na verdade, somos nós que contamos com um
rosto único, diferente dos demais, e essas discrepâncias evolutivas
podem ajudar a explicar a variedade de tamanhos e formatos que podem
ser observados entre os humanos modernos. Agora, o próximo
passo será descobrir quando e como nossas faces começaram a
apresentar essa nova característica de desenvolvimento.
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