Cevada X Milho
BRASILEIRO
TOMA ÁGUA COM MILHO E PENSA QUE É CERVEJA,SAIBA PORQUÊ
Grandes marcas nacionais como Kaiser, Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Itaipava trocam cevada por milho transgênico
O
Brasil, que hoje é o terceiro maior produtor da bebida no mundo, tem
na cerveja a bebida preferida dos mais de 200 milhões de habitantes.
Mas, curiosamente,a
bebida que
é servida por aqui, na grande maioria dos casos, não
é cerveja.
A
"Reinheitsgebot", Lei da Pureza da Cerveja, foi promulgada
em 23 de abril de 1516 pelo Duque Guilherme IV da Baviera e tinha
como objetivo regular a fabricação da bebida em território alemão.
O texto era simples, dizia que a cerveja só poderia ser feita com
três ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo. Até hoje: mais
de quinhentos anos depois, a maioria dos cervejeiros alemães ainda
segue a receita à risca.
O
mesmo não acontece por cá. Grandes marcas nacionais como a Kaiser,
Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Itaipava se aproveitam de uma
"brecha" na legislação brasileira para não
usarem cevada em
suas bebidas. Aqui é permitido que até 45% do malte de cevada seja
substituído por outras fontes de carboidratos mais barata. O que
entra na garrafa então é milho transgênico, produto que existe em
abundância no país e que reduz drasticamente o custo das
cervejarias. Nosso país está entre os maiores produtores de
transgênicosdo
mundo; aproximadamente 90% do milho brasileiro é não orgânico.
Para
saber do que é feita sua cerveja preferida, basta ler o rótulo da
embalagem. Normalmente, a descrição diria: água, malte de cevada e
lúpulo, ou água, cevada e lúpulo. No entanto, nas marcas nacionais
citadas acima, a composição descrita retira o malte de cevada e
inclui a expressão'cereais
não maltados'. A
'nova fórmula' da bebida no Brasil começou a ser posta em prática
a partir de 2007, quando o Ministério da Ciência e Tecnologia
liberou a comercialização de milho transgênico em território
nacional. Esta mudança impede que o consumidor saiba do que
realmente é feita a bebida, pois em todos os casos não é
especificado que tipo de cereal é utilizado na fabricação da
cerveja.
Em
2013, uma pesquisa de cientistas brasileiros da Unicamp, USP e
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi publicada no "Journal
of Food Composition and Analysis" (jornal científico
internacional com estudos sobre a composição dos alimentos)
demonstrando o alto grau de adulteração da cerveja
brasileira.
O consumidor deve, portanto, pensar bem antes de comprar a cervejinha
para o churrasco. O risco de levar gato por lebre é grande.
Pelo jeito estamos levando gato por lebre, ou melhor, cevada por milho, haauhuahuahuahua
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