Endocardite Infecciosa
Endocardite
Infecciosa
A
Endocardite Infecciosa (EI) é uma doença comum, que causa alto
índice de mortalidade. Trata-se de uma infecção da parede interna
do coração ou das válvulas do coração e uma de suas causas é a
má conservação dos dentes. O coração humano é constituído de
quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos). Os átrios são
responsáveis por mandar sangue, que vem dos pulmões, ou do restante
do corpo, para os ventrículos, enquanto os ventrículos mandam o
sangue para os pulmões ou para o restante do corpo. O sangue que vai
para os pulmões é o que será oxigenado e, para o restante do
organismo, o sangue vai cheio de nutrientes e de oxigênio, mantendo
seu funcionamento. Na passagem dos átrios para os ventrículos,
existem válvulas que impedem a volta de sangue, mantendo o fluxo
sempre em uma direção. São estas válvulas que podem ser
infectadas pelas bactérias, ou outros microrganismos, como fungos e
vírus. A Endocardite Infecciosa ocorre quando há presença de
micro-organismos, como bactérias, no fluxo sanguíneo e estas
encontram tecidos cardíacos danificados, ou válvulas cardíacas
anormais, onde podem se multiplicar livremente, causando uma
infecção. Raramente, também pode ocorrer em pessoas com coração
normal. Entretanto, se a pessoa tem algum fator predisponente, há
maior probabilidade de desenvolver Endocardite Infecciosa. Isto é
particularmente importante no Brasil em função da alta frequência
de outra doença, a Febre Reumática. Também ocorre devido à alta
incidência de cáries nos dentes e de doença periodontal (gengivite
e periodontite). A Febre Reumática surge a partir de uma infecção
na garganta mal tratada, na infância. Acomete as válvulas do
coração, principalmente as do lado esquerdo, deixando-as propícias
ao desenvolvimento da EI. Daí a necessidade do uso de antibiótico
profilático em pacientes com febre reumática. Outro fator que
aumenta as chances de desenvolver a doença é a presença de cáries.
Sabe-se que os procedimentos para tratamento da cárie podem causar a
passagem das bactérias para a corrente sanguínea. Estas bactérias,
por sua vez, podem causar endocardite em pessoas predispostas.
Algumas doenças periodontais, como gengivite e periodontite, também
aumentam o risco de endocardite.
A gengiva deve ter coloração rósea
claro, não sangrar quando escovar os dentes, não apresentar inchaço
e ter boa aderência aos dentes. Se a pessoa tem algum problema
cardíaco deve procurar um dentista regularmente e apresentar boa
higiene oral. Nem todos os tipos de endocardite podem ser prevenidas.
Porém, se a pessoa tem problema no coração e vai ser submetida a
um procedimento dentário é bom procurar um profissional
especializado em atender pacientes especiais. Se a pessoa tem
problema cardíaco, como alteração causada pela febre reumática,
precisa manter a saúde bucal, pois o risco de desenvolver
Endocardite Infecciosa é alto. Pessoas transplantadas cardíacas
precisam manter a saúde bucal e precisam do atendimento de um
cirurgião-dentista especializado, um profissional que entenda a
interação dos medicamentos consumidos com os prescritos pelo
dentista e ainda conheça a prevenção de problemas que podem
ocorrer, pois os medicamentos ingeridos por um transplantado abaixam
a imunidade. Pacientes que fazem uso de anticoagulantes podem ter
problemas com sangramento, em alguns procedimentos dentários, como
extração de dentes, cirurgias bucais e limpeza dentária, e pode
ser de difícil controle. Por isso, o paciente em uso desse
medicamento deve procurar atendimento odontológico especial, pois
medidas locais devem ser adotadas para evitar hemorragias. Pessoas
sem dentes correm o risco de ter essa doença, principalmente, a
causada por fungos de quem usa dentadura, deve ser limpa após as
refeições, usando escova e pasta dental. O dentista deve ser
procurado para avaliar as mucosas e os ossos adjacentes, através de
radiografia. O dentista pode descobrir, através da radiografia,
raízes de dentes que permanecem nos ossos, após a tentativa de
extração, ou mesmo pelo próprio curso da cárie, assim como
algumas lesões que podem representar focos infecciosos, levando a um
maior risco de Endocardite e podendo até impedir a cirurgia
cardíaca, caso essa seja necessária.
COLABORADORA
DRA. SÔNIA MARIA DE ASSIS
Cirurgiã
dentista CROMG:25524
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