Ouro Preto



Localização: Ouro Preto situa-se na Serra do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais.
Tributo: Um quinto do ouro retirado deveria ser enviado à Coroa Portuguesa.

População em Vila Rica: Cerca de 30 mil habitantes.









OURO PRETO

Com muito ouro, talento humano e fé religiosa, Ouro Preto se firmou como o principal centro da arte colonial brasileira. Suas vielas tortuosas, ladeiras e escadarias, todas situadas na mais, alta montanha de Minas Gerais, revelam um acervo de preciosidades ao ar livre.


Encravada em um conjunto serrano de mais de 1.000 metros de altitude e a cerca de 100 km de Belo Horizonte, Ouro Preto é uma das cidades históricas mais importantes do Brasil. Suas construções, casarios e igrejas, dispostas nas estreitas ladeiras de pedra, são exemplares da arte barroca, que dominou o Período Colonial do Brasil. Estilo rico em detalhes e carregado de ornamentos, sua arte e arquitetura podem ser visualizadas no interior de suas igrejas. Espalhadas por suas montanhas, elas apresentam fachadas simples. Mas, são repletas de pinturas, obras de arte e outro talhados nos seus altares e paredes internas. As vistosas residências coloniais também denunciam uma cidade antiga e rica.

De Vila Rica a Outro Preto

Sede do mais importante movimento político pela independência do Brasil – a Inconfidência Mineira – Ouro Preto tornou-se conhecida em função da sua descoberta do outro pelos bandeirantes no final do século XVII. Atraídas pelo metal, muitas pessoas foram morar na região. Em 1711, a cidade de Vila Rica foi fundada e, em 1823, foi rebatizada de Ouro Preto, transformando-se no centro artístico e cultural do Império. Em 1933, foi nomeada “Monumento Nacional” pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Em 1981, foi a primeira cidade brasileria declarada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.

Atividade mineradora

O ouro mineiro começou a chegar a Portugal ainda no final do século XVII. Em 1697, o embaixador francês Rouillé mencionou a chegada de ouro "peruano", citando 115,2 kg. Godinho, sem citar a fonte, mencionou 725 quilos para 1699 e, em 1701, a chegada de 1 785 quilos. "A Coroa concedia aos responsáveis de descobertas uma mina de oitenta varas sobre quarenta e mais uma data de sessenta por trinta sobre a mesma beta, ambas à escolha, entremeando entre uma e outra 120 varas para serem ocupadas por duas datas menores. O cálculo atual é igual a 80x40= 3 200 varas quadradas, ou seja, 3,72 metros quadrados; 60x30 = 1 800 braças quadradas, ou seja, 2 178 metros quadrados atuais. Em águas correntes e nas quebradas dos montes, o quinhão do descobridor era de sessenta varas de comprido por doze de largo, metidas no meio da corrente ou da quebrada, sendo o de cada um dos aventureiros um terço menor; se o rio era grande, tocavam ao descobridor oitenta varas e aos mais, sessenta. Nas minas menores, em outeiros, campos ou às bordas de rios, era de trinta varas quadradas a data do descobridor e de vinte as outras; se a área não chegasse para todos os pretendentes, o Provedor devia dividir as datas proporcionalmente".
Não era distribuição fácil nem equitativa, pois, às vezes, eram explorados aluviões riquíssimos ao longo de um curso d'água estreito e, assim a riqueza mineral não era bem distribuída. Pelo Direito da época, o senhor do solo e do subsolo era o rei, mas não podia trabalhar a terra e a dava em quinhões a particulares para explorar mediante parte nos resultados, o que constituía a "pensão enfitêutica" devida ao senhorio. A porção era de vinte por cento = o quinto = cuja história é a própria história de Minas, segundo seu historiador Diogo de Vasconcelos. Para a arrecadação, em cada distrito havia um Guarda-mor com escrivão, tesoureiro e oficiais.

Fome de 1700 a 1703

Falava-se de fome desde meados de 1700, quando a escassez alarmante de víveres começou a se estender aos povoados do Ribeirão do Carmo. O ouro enchia as bruacas e como ninguém admitia a ideia de ali permanecer depois de rico, nada se plantava; e do Rio das Velhas vinham tropas de negociantes para vender carne e víveres. No Ouro Preto e no Carmo, a paisagem era rude, solo pedregoso, aspecto ameaçador, selvagem, abrindo-se em vales estreitos e profundos, nada alentador para a agricultura. Circulava ouro em pó como moeda e havia pouco a comprar. E, além do mais, uma epidemia de bexigas correu pelos arraiais, "onde se defendia uma quarta de milho ou saco de mandioca às armas". Dois forasteiros se mataram à faca por uma cuia de farinha. Cheias dos rios em duas terríveis estações de chuvas, 1699 e 1701, agravaram a situação. Começou o êxodo de populações para os arraiais do Tejuco (Amarantina), Cachoeira do Campo, Itaverava e Ouro Branco, caindo de inanição nos caminhos do Rodeio.

Existiria até hoje o Campo das Caveiras: centenas, sucumbidos no esforço de subir a serra fugindo de Ouro Preto. Salteavam os vivos e saqueavam os mortos negros escravos e ciganos armados. Os Paulistas reuniram seus burros e retornaram a São Paulo ou partiram para o Rio das Velhas (com o guarda-mor Domingos da Silva Bueno, que começava a dar ordem às Minas) defendendo-se a tiro e espada. Os poucos no arraial de Ouro Preto se salvaram pela ambição de mercadores sertanejos, correndo ao famoso vale com cargas, conseguindo fabulosos lucros. Nos dois anos seguintes à ocupação em 1698 do rico Ribeiro do Carmo, abateu-se, sobre os pequenos povoados, fome. Havia total falta de mantimentos, cobrava-se por um alqueire de milho vinte oitavas de ouro, 32 oitavas por um alqueire de farinha ou de feijão, uma galinha custava doze oitavas, um cachorrinho ou gatinho 32, uma vara de fumo valia cinco oitavas e um prato pequeno de estanho, cheio de sal, oito. Diz o cronista: "por cuja causa e fome morreu muito gentio, tapanhunhos e carijós, por comerem bichos de taquara, que, para os comer, é necessário estar um tacho no fogo quente e os vão botando; os vivos boiam com a quentura, que são os bons, e se come algum morto é veneno refinado..."


Aleijadinho
O artista nasceu e morreu na cidade. Apesar de uma doença que o mutilou, foi considerado o maior artista brasileiro do período colonial.








Riqueza de Ouro
A cidade foi rebatizada de Ouro Preto devido às pepitas de ouro de aspectos de grãos escuros, encontradas em abundância.













Tiradentes
Líder da Inconfidência Mineira, foi enforcado e esquartejado em 1789. Sua cabeça foi exposta na praça que hoje leva seu nome.

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