Conceitos filosóficos que aprendemos com Chaves
3 conceitos filosóficos que aprendemos com Chaves
O seriado mexicano não é só pancada e sanduíche de mortadela
Em
mais de 30 anos de exibição de Chaves no Brasil, aprendemos mais do
que bater nos vizinhos ou desenhar porcos com letras “W”.
Aprendemos também alguns conceitos filosóficos, por mais que não
tenhamos reparado nisso.
Cinismo:
A filosofia vive em um barril
Assim
como Chaves, o filósofo pós-socrático Diógenes vivia em um
barril. E todo o desprendimento do garoto com a vida não poderia ter
outra influência senão o maior representante do cinismo. Não, não
é o cinismo das tias que perguntam “E os 'namorado'?” para
sobrinhas encalhadas. Mas, sim, o conceito filosófico que foi levado
ao extremo por Diógenes, que, segundo dizem, andava nu e “não
tinha propriedade alguma para não ser propriedade de nada”, como
lembra o filósofo Mario Sergio Cortella, no programa Agora
é Tarde.
O
Eterno Retorno: Nietzsche de calça jeans
Na
obra A
Gaia Ciência,
Nietzsche propõe uma ideia mais perturbadora do que o amor de Dona
Clotilde para o Seu Madruga. Ele sugere a possibilidade de termos de
viver outras vidas repetidamente, fazendo as mesmas coisas que
fizemos nesta. É o conceito do Eterno
Retorno.
Assim, imaginando que cada episódio da vila seja uma vida diferente,
as ações que lá acontecem ocorrem repetidamente porque estão
condenadas a este conceito. O pobre coitado do Seu Madruga, então,
seria o melhor exemplo da ideia, uma vez que sempre é cobrado a
pagar os mesmos 14 meses de aluguel; e sempre será condenado a
apanhar da Dona Florinda, ainda que não tenha culpa. Se incorporasse
a ideia proposta por Nietzsche, ele poderia tentar romper o ciclo de
sofrimento para ficar bem consigo mesmo. Mas arrumar um emprego e
enfrentar a mãe do Quico não parece uma opção.
Filosofia
do Absurdo: Albert Camus só quer evitar a fadiga
Olhando
pelos olhos do escritor e filósofo Albert Camus, o carteiro Jaiminho
poderia ser um revoltado. Sempre com a desculpa de “evitar a
fadiga”, o habitante mais ilustre de Tangamandapio poderia, na
verdade, ter tomado consciência da inutilidade de seu trabalho e
criado, assim, uma metáfora sobre a vida moderna, na qual as pessoas
são obrigadas a realizar tarefas sem sentido. A ideia está no
ensaio O
Mito de Sísifo,
que apresenta os conceitos da filosofia do absurdo, no qual Camus faz
uma referência à lenda grega do mortal que prendeu a morte e, como
castigo dos deuses, foi obrigado a rolar uma pedra morro acima, que,
ao chegar no topo, despencaria novamente. E seguia assim por toda a
eternidade. Para Camus, a solução, no lugar do suicídio, seria a
revolta. E quem paga são os outros habitantes da vila que precisam
procurar por suas próprias cartas.
Matéria no seguinte link: http://revistagalileu.globo.com/Cultura/Series/noticia/2014/11/3-conceitos-filosoficos-que-aprendemos-com-chaves.html
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