Mesmo pressionado, Maranhão comanda mais uma sessão na Câmara

Apesar de pressionado, Maranhão comanda sessão na Câmara

Deputados protestam após presidente interino encerrar atividade: 'Fora, fora, fora!'

O DEPUTADO WALDIR MARANHÃO (PP-AM) COMANDA A SESSÃO
DA CÂMARA
BRASÍLIA — O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), assumiu a sessão do plenário da Casa nesta terça-feira e, apesar de pressionado a deixar o cargo, voltou a afirmar que não vai renunciar. Logo que sentou à Mesa, o deputado foi alvo de manifestações de parlamentares contra e a favor a sua presença. Impassível, ele ouviu os discursos sem se manifestar. Ao terminar a fala de um orador, passou a palavra a outro. Ele encerrou a sessão às 18h57m, após pouco mais de uma hora.
Assim que anunciou que encerraria a sessão, deputados começaram a protestar e a gritar:"Fora, fora, fora!". Maranhão levantou-se da mesa e, no caminho entre o plenário e o gabinete presidencial, respondeu rapidamente a perguntas feitas por jornalistas sobre a dificuldade que deverá enfrentar para presidir a Casa. Ele voltou a dizer que não renunciará.
Não há renúncia. Temos que trabalhar pelo Brasil. A pauta está sobrestada. Temos que encaminhar debates que resolvam as questões fundamentais do país — disse Maranhão
Indagado sobre as reações dos deputados cobrando a renúncia dele ao cargo e gritando, ao final da sessão, Maranhão disse que são manifestações democráticas:
É da democracia! É um debate, é democrático, é isso.
Foi a primeira vez que Maranhão comanda o plenário após o episódio em que abriu e encerrou a sessão no dia da suspensão do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A pauta da Câmara segue trancada por quatro MPs e três projetos de lei do Executivo com urgência constitucional. A pedido de parlamentares, Maranhão adiou para quarta-feira a reunião do colégio de líderes.
DEPUTADOS PROTESTAM APÓS PRESIDENTE INTERINO ENCERRAR
SESSÃO NA CÂMARA

DEPUTADOS QUESTIONAM MARANHÃO
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) questionou se Maranhão era advogado e quem teria elaborado o parecer a favor da anulação do impeachment na Câmara. O ato foi anulado pelo próprio presidente interino após contestações. Em resposta ao deputado, Maranhão disse apenas que era presidente da Câmara e não deu qualquer explicação sobre a autoria do parecer da anulação.
Em seguida, o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), pediu a palavra na tribuna e disse que Maranhão não tinha condições de de presidir a Câmara. Ele reforçou o pedido para que renuncie ao cargo. De forma enfática, Avelino disse que Maranhão é "instrumento" de Cunha e que por isso não o reconhecia como presidente. O líder do DEM disse que apresentará uma questão de ordem para que seja declarada a vacância do cargo de presidente da Câmara, mas só depois que ele deixar a sessão desta terça.
Como posso me dirigir ao presidente quando nossa excelência é instrumento do presidente afastado. A Câmara precisa decidir sobre nova eleição para a presidência da Casa. Waldir Maranhão, renuncie. Waldir Maranhão, levante se dessa cadeira — afirmou Pauderney Avelino.
Outros deputados também criticaram Maranhão e afirmaram que ele não tem condições políticas de presidir a Casa. Eles pediram que Maranhão renuncie ao cargo de vice-presidente porque assinou ato que desrespeitou a vontade de 367 deputados que apoiaram o impeachment. E, depois da reação negativa, revogou o próprio ato.
O PRESIDENTE INTERINO, DA CÂMARA, WALDIR MARANHÃO DEIXAA SESSÃO SOB GRITOS DE PARTE DE DEPUTADOS DA OPOSIÇÃO.

Enquanto o líder do DEM falava, alguns deputados ligados ao governo Dilma Rousseff gritavam em plenário que o DEM tinha ajudado a eleger Maranhão. O presidente interveio e afirmou:
Vamos garantir a palavra ao orador!
O deputado Silvio Costa (PTdo B-PE) saiu em defesa de Maranhão:

Presidente, o senhor foi eleito por eles. Não se levante não dessa cadeira, ela é sua. Ele mesmo (Pauderney Avelino) votou no senhor. Não renuncie! Fica Waldir!

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