Presidente da Câmara decidiu anular a votação do Impeachment da presidente Dilma
Maranhão diz que decidiu anular votação para 'salvar a democracia'
Presidente
interino tentou anular votação da Câmara sobre o
impeachment.
Senado ignorou ato de Waldir Maranhão e dará
continuidade ao processo.
O
presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA),
afirmou nesta segunda-feira (9) que tomou a decisão de tentar
anular a votação do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff para “salvar a democracia”.
Disse
ainda que é preciso “corrigir vícios que certamente poderão ser
insanáveis no futuro” e que, “em momento algum”, está
“brincando de fazer democracia”.
Substituto
de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara, Maranhão
acolheu nesta segunda-feira pedido feito pelo advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, para tentar anular a votação do
processo de impeachment no plenário da Câmara. No seu despacho,
Maranhão determinava a convocação de novas eleições em um prazo
de cinco sessões a partir do momento em que o processo fosse
devolvido pelo Senado.
"A
decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento
para que possamos corrigir em tempo vícios que, certamente, poderão
ser insanáveis no futuro. Tenho consciência do quanto esse momento
é delicado, momento em que nós temos o dever de salvarmos a
democracia pelo debate. Não estamos, nem estaremos em momento algum
brincando de fazer democracia", disse Maranhão em um breve
pronunciamento à imprensa em seu gabinete na Câmara.
Antes
da fala de Maranhão, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), comunicou ao plenário da Casa que decidiu dar
continuidade à tramitação do processo de impeachment de Dilma à
revelia do ato de Maranhão de anular a votação do dia 17 de abril.
A
decisão foi tomada após Maranhão se reunir na noite de domingo com
Cardozo. O G1 apurou
que o presidente interino da Câmara retornou a Brasília no domingo,
junto com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), aliado
de Dilma e uma das principais vozes contrárias ao impeachment. Dino
e Maranhão seguiram para a casa do deputado Sílvio Costa (PTdoB-CE)
e lá teriam se reunido com o advogado-geral da União.
Maranhão
tomou a decisão sem consultar a área técnica da Câmara, que só
foi informada depois e chegou a desaconselhar Maranhão, alegando
falta de embasamento jurídico para a decisão. Mas o presidente em
exercício da Câmara manteve a decisão.
Ddurante
o fim de semana e na manhã desta segunda-feira, Maranhão participou
de reuniões com integrantes do governo federal, deputados do PT e do
PC do B.
Inicialmente,
a previsão era que Maranhão fizesse o seu pronunciamento em um
púlpito instalado no Salão Verde, onde, normalmente, os
parlamentares concedem entrevistas coletivas. No entanto, após duas
mudanças de horário, o local foi transferido para o gabinete da
presidência da Câmara.
Bate-boca
no gabinete
Após a breve fala, Waldir Maranhão entrou numa sala reservada do gabinete da Câmara, e a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) iniciou coletiva de imprensa para criticar a decisão do presidente do Senado de dar continuidade ao processo de impeachment.
Em
seguida, o deputado Marcelo Aro (PHS-MG) usou o microfone, ainda
dentro do gabinete da presidência da Câmara, para criticar a Waldir
Maranhão e pedir a cassação do parlamentar do PP. “Estamos
entrando com pedido de cassação do presidente interino, deputado
Waldir Maranhão”, afirmou.
Jandira
Feghali tentou interromper a entrevista de Marcelo Aro, dizendo que
ele não poderia se pronunciar no gabinete do presidente da Câmara.
“Você está usando a sala do presidente da Câmara para
criticá-lo. É aliado do Cunha”, disse a deputada do PC do B.
“Prefiro
do que ser puxadinho do PT”, rebateu Marcelo Aro. “Puxadinho é
você, do Cunha. Você não é ninguém aqui dentro. Sai para lá”,
gritou de volta Jandira Feghali. Pouco depois a assessoria da
presidência da Câmara desligou o microfone e pediu que os
jornalistas deixassem o gabinete.
Matéria
na íntegra através do seguinte link:
http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/05/maranhao-diz-que-decidiu-anular-votacao-para-salvar-democracia.html
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