Suíços rejeitam plano para receber R$9.000 por mês
Suíços rejeitam plano que faria cada cidadão receber R$ 9 mil por mês sem fazer nada
Resultados de referendo mostram que 77% dos eleitores foram contrários à proposta.
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MAIORIA DOS ELEITORES SUÍÇOS VOTOU CONTRA PROPOSTA QUE GARANTIA RENDA BÁSICA EQUIVALENTE R$ 9.000 PARA TODOS CIDADÃOS DO PAÍS. |
Eleitores
suíços rejeitaram em uma votação esmagadora a proposta que
garantiria renda básica equivalente a R$ 9 mil para todos os
cidadãos do país.
Os
resultados finais de um referendo realizado neste domingo mostraram
que 77% dos eleitores se opuseram ao plano e 23% foram favoráveis.
Se
tivesse sido aprovada, a proposta garantiria renda incondicional para
todos os adultos, independente deles trabalharem ou não. Eles
receberiam 2.500 francos suíços (cerca de R$ 9 mil). O Estado
pagaria ainda 625 francos suíços (R$ 2.270) para sustentar cada
criança.
A
quantia reflete o alto custo de vida na Suiça, mas não ficou claro
como a medida impactaria em classes que recebem salários mais altos.
Os
defensores da medida argumentavam que como o trabalho está cada vez
mais automatizado, há menos empregos disponíveis.
A
ideia não é nova - há 500 anos, o autor Thomas More defendeu a
renda básica no livro Utopia, e projetos em escala regional foram
testados em diversos países - mas a possibilidade de implementação
incondicional, institucionalizada e em larga escala é inédita.
Custos
Com
uma renda per capita estimada em US$ 59 mil ao ano (R$ 211 mil) e
taxa de desemprego inferior a 4%, o país não carece de políticas
públicas de combate à pobreza. Isso, dizem defensores do projeto,
permitiria ao país "dar-se ao luxo" de experimentar uma
utopia.
Mas,
apesar da abundância econômica do país, o projeto não sairia
barato aos cofres públicos. A estimativa oficial é de um custo de
208 bilhões de francos (R$ 750 bilhões), para atender 6,5 milhões
de adultos e 1,5 milhão de crianças.
Desse
valor, cerca de 55 bilhões viriam de cortes em outros projetos
sociais. Outros 128 bilhões seriam financiados pelos assalariados:
todos teriam 2500 francos abatidos de seu salário mensal, e aqueles
que ganhassem menos que isso dariam todo seu salário ao governo e
receberiam o subsídio em troca.
Os
25 bilhões de francos que faltariam para cobrir o rombo poderiam ser
obtidos por meio de um aumento no imposto de valor agregado (IVA),
que atualmente é de 8% e passaria a 16%.
Pouco
apoio
A
proposta recebeu pouco apoio de políticos suíços - nenhum partido
a defendeu abertamente. O plano só foi votado como uma proposta de
lei de iniciativa popular, depois que ativistas colheram mais de 100
mil assinaturas de apoio.
Críticos
da proposta disseram que desvincular o trabalho do dinheiro recebido
seria ruim para a sociedade.
Mas
Che Wagner, ativista do grupo Renda Básica Suíça
disse
antes da votação que não se tratava de renda em troca de nada.
"Na
Suíça, mais de 50% do total do trabalho realizado não é pago. É
trabalho de assistência, trabalho em casa, em diferentes
comunidades, que seria valorizado com uma renda básica".
Enquanto
isso, Luzi Stamm, um parlamentar vinculado ao conservador Partido do
Povo da Suíca, fez oposição à ideia.
"Em
teoria, se a Suíça fosse uma ilha, a resposta seria sim. Mas com
fronteiras abertas isso é impossível, especialmente para a Suíça
que tem um alto padrão de vida", disse ele.
"Se
nós oferecêssemos a cada indivíduo da Suíça uma quantia de
dinheiro, haveria bilhões de pessoas tentando se mudar para cá".
O
texto da proposta era vago. Ele pedia por uma mudança constitucional
para "garantir a introdução de uma renda básica
incondicional", mas sem a menção de quantias.
Mas
a Suíça não é o único país europeu a considerar a ideia. Na
Finlândia,
o governo estuda dar renda básica para oito mil pessoas de renda
mais baixa.
Na
cidade Holandesa de Utrecht um projeto similar deve começar em 2017.
O
referendo deste domingo na Suíça também colocou outros temas em
votação. Entre eles uma proposta para que executivos de empresas
públicas não possam ter salários mais altos que ministros do
governo (rejeitada) e outra que permite testes genéticos em embriões
em processos de fertilização in vitro envolvendo pessoas com
doenças hereditárias (aprovada).
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na íntegra através do link:
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