Planalto tenta convencer Renan a antecipar o julgamento
Planalto tenta convencer Renan a antecipar julgamento do impeachment
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O presidente do Senado, Renan Calheiro, conversa com Romero Jucá em sessão em junho. |
Irritado
com a possibilidade de que o processo de impeachment da presidente
afastada, Dilma Rousseff, só seja concluído em setembro, o
presidente interino, Michel Temer, atua para tentar antecipar a data
do início do julgamento da petista.
No
fim de semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou
a
previsão feita em um acordo entre o presidente da corte, Ricardo
Lewandowski, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para
que a votação final comece em 29 de agosto.
A
expectativa é de que ela demore cerca de cinco dias. De acordo com a
legislação, cabe ao presidente do STF comandar o processo de
impeachment a partir do momento em que ele é aberto no Senado.
Para
tentar alterar a data, o governo interino começou a atuar junto à
base aliada no Senado Federal para que ela convença Renan a
antecipar a fase de julgamento para o início da quarta semana de
agosto, por volta do dia 25, com sessões também no fim de semana, o
que viabilizaria que o processo fosse concluído ainda em agosto.
A
preocupação do Palácio do Planalto é que a votação inviabilize
a viagem de Temer para o encontro do G-20, evento marcado para 4 e 5
de setembro, na China.
Nesta
segunda-feira (1º), o próprio ministro Blairo Maggi (Agricultura)
reconheceu que o processo pode atrapalhar a viagem programada.
"Nós
estávamos trabalhando com a possibilidade de terminar o processo
político em agosto. Eu conversei com o presidente interino, porque
ele tem uma viagem do G-20. Óbvio que se levar para setembro, acho
que nem o presidente vai viajar nem eu, até porque temos respeito ao
rito", disse.
Além
disso, o Planalto teme que a extensão do processo possa atrapalhar a
aprovação de pautas pelo Congresso Nacional consideradas essenciais
para a retomada do crescimento, como o teto para os gastos públicos
e a renegociação das dívidas estaduais.
O
alongamento do processo também gera apreensão com a possibilidade
de retaliação por parte do ex-presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Para
evitar que ele venha a interferir no processo, o governo interino
desejava que seu processo de cassação ocorresse após o impeachment
de Dilma Rousseff.
Com
a data marcada, no entanto, há a possibilidade que ele seja
finalizado antes, ainda em agosto, o que tem levado líderes da base
aliada a defender nos bastidores um adiamento da votação da
cassação do mandato do peemedebista para setembro.
Um
dos principais articuladores do governo de Temer, o senador Romero
Jucá (PMDB-RR) reclamou da data acordada em discurso no plenário do
Senado nesta segunda.
"O
mundo espera por uma solução definitiva. No dia 2 de setembro,
haverá na China um evento, um encontro internacional do G-20, e lá
deverá estar o presidente do Brasil Michel Temer", disse.
Em
sua fala, o peemedebista também fez uma provocação aos que
defendem a presidente Dilma.
"Alguns
oradores, aqui, hoje, falaram em golpe. Mas como é golpe? Golpe no
Brasil? Golpe à prestação? Nós estamos fazendo o golpe há meses?
Então, teremos o golpe parcelado: é o golpe Casas Bahia; é o golpe
Ricardo Eletro; é o golpe Magazine Luiza. Você compra à prestação
e pega um golpe em 12 meses, em 12 parcelas mensais. É uma
brincadeira isto aqui! Não dá para levar o Brasil desse jeito",
completou.
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José Eduaro Cardozo, Antônio Anastasia e Raimundo Lira em sessão da comissão do Impeachment. |
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