Resíduos Sólidos
O
Lixo (RSU--> Resíduo Sólido Urbano): Problemas e Soluções.
1.
DIAGNÓSTICO
Antes de se proceder a qualquer atividade de monta relacionada aos resíduos sólidos urbanos (RSU), vulgarmente conhecidos como lixo, devemos proceder a um diagnóstico, a fim de conhecer o problema e poder apontar as soluções.
1.1 Produção. O lixo é produzido nas residências, indústrias e hospitais, mas também é gerado nas atividades de varrição e poda. Cada qual tem as suas peculiaridades, que afetam o seu manuseio, reciclagem e destino final.
1.2 Per capta. Principalmente no caso dos RSU, a estimativa da produção de lixo por pessoa e por dia, é importantíssima para se equacionar o transporte e o tamanho do aterro sanitário. Esse valor varia com o local e o número de habitantes, e no caso do Brasil, pode ser considerado, em média, como 1,0 kg/hab.ano.
1.3 Composição. O conhecimento dos materiais que compõem o lixo, em percentagem, é chamado de composição gravimétrica. Tem grande importância na reciclagem e no destino final, já que mais da metade dos RSU, no Brasil, é composto de matéria orgânica. A separação do lixo seco (tudo, menos a matéria orgânica) valoriza a reciclagem e possibilita a compostagem.
1.4 Chorume. Chama-se de chorume o percolado do lixo, ou seja, a água de drenagem da massa de lixo, ocasionada pela putrefação da matéria orgânica e lavagem pela água da chuva. A estimativa do volume de chorume a ser produzido, por ocasião do diagnóstico, está relacionada aos cuidados sanitários que devemos ter por ocasião do projeto do aterro sanitário (estação de tratamento do chorume).
1.5 Localização do aterro. São tantas as exigências ambientais para a localização de um aterro sanitário, que estas são parte importante no diagnóstico dos RSU. Ultimamente, as Geotecnologias (uso de Sistemas Geográficos de Informações e imagens de satélites) têm sido uma ferramenta muito útil nessa busca, vez que a distância da fonte geradora pode inviabilizar economicamente a localização do aterro. Um das soluções, nesse caso, tem sido o Consórcio de Municípios.
1.6 Tecnologia. A tecnologia a que me refiro é a da construção do próprio aterro sanitário. Surgiram nas últimas décadas, soluções de baixo custo para as cidades pequenas, como a das valas (usada na Bahia, São Paulo e outros estados).
2.
RECICLAGEM
A
reciclagem do lixo apresenta uma série de vantagens técnicas,
econômicas e sociais para o Município. Entre as principais,
listamos:
a) reduz o volume de lixo transportado para os lixões e aterros;
b) conseqüentemente, aumenta a vida útil dos aterros sanitários;
c) economiza (muita) energia na produção de materiais novos;
d) é uma fonte de renda para catadores, produtores artesanais e vendedores;
e) transforma materiais que levariam séculos para se decompor;
f) age como efeito demonstração na Educação Ambiental; e
g) propicia materiais mais baratos à população de baixa renda.
2.1 Cooperativas. As cooperativas de catadores valorizam o trabalho dos cidadãos que se dedicam a recolher e separar os materiais de valor comercial encontrados no lixo. Além de organizarem o trabalho, possibilitam obter junto a ONGs e às Prefeituras, galpões para reciclagem, balanças, prensas e preço mais justo.
a) reduz o volume de lixo transportado para os lixões e aterros;
b) conseqüentemente, aumenta a vida útil dos aterros sanitários;
c) economiza (muita) energia na produção de materiais novos;
d) é uma fonte de renda para catadores, produtores artesanais e vendedores;
e) transforma materiais que levariam séculos para se decompor;
f) age como efeito demonstração na Educação Ambiental; e
g) propicia materiais mais baratos à população de baixa renda.
2.1 Cooperativas. As cooperativas de catadores valorizam o trabalho dos cidadãos que se dedicam a recolher e separar os materiais de valor comercial encontrados no lixo. Além de organizarem o trabalho, possibilitam obter junto a ONGs e às Prefeituras, galpões para reciclagem, balanças, prensas e preço mais justo.
2.2
Material de construção. As sobras das obras civis, da ordem de 30%
dos materiais de construção, nem de longe tem a composição
gravimétrica que os assemelhe aos RSU mas, por outro lado,
constituem um material indesejável (pelo volume que ocupam) nos
aterros sanitários. Ultimamente, esse material, algumas vezes, tem
sido reciclado, servindo de matéria prima para outras obras.
2.3 Artesanato. O artesanato do lixo, pela criatividade do brasileiro, tem apresentado soluções notáveis, que vão desde a vassouras e aquecedores solares de garrafas PET, cestas com tiras de papel jornal, e roupas feitas com abridores de latinhas de alumínio.
2.3 Artesanato. O artesanato do lixo, pela criatividade do brasileiro, tem apresentado soluções notáveis, que vão desde a vassouras e aquecedores solares de garrafas PET, cestas com tiras de papel jornal, e roupas feitas com abridores de latinhas de alumínio.
3.
MANUSEIO
3.1 Políticas: As políticas relacionadas ao manuseio do lixo, principalmente na sua fonte de produção, dizem respeito à Prática dos 3 Rs: Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Essa deve ser a tônica de qualquer campanha e de toda iniciativa para equacionar e resolver o problema dos RSU numa Comunidade qualquer.
3.2 Educação Ambiental. A forma mais indicada de implementar as políticas acima, é a adoção de campanhas de Educação Ambiental, que podem ser feitas na Escola de Primeiro Ciclo, entre os funcionários de uma empresa ou mesmo na comunidade.
3.3 Segurança. O manuseio do lixo, principalmente pelos catadores nos lixões, pelos empregados de uma usina de reciclagem ou mesmo na sua fonte de produção, exige o conhecimento dos riscos de doenças, contaminação e dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Os vetores mais comuns são: moscas, mosquitos, baratas, ratos e pulgas; que transmitem doenças dos mais tipos: dengue, tétano, disenterias, verminoses, leptospirose e outras. Muito cuidado devemos ter com os materiais perfuro-cortantes, como agulhas de injeção e cacos de vidro, pela possibilidade de estarem infectados. Entre os EPIs para quem manuseia o lixo, destacam-se as máscaras faciais de tecido, óculos de segurança, aventais de plástico e luvas de couro. O lixo tóxico também deve ser evitado, com destaque para as lâmpadas a vapor de mercúrio e as embalagens de agrotóxicos.
4.
DESTINAÇÃO
4.1
Aterros sanitários: Esse é o destino mais adequado ao lixo,
seja para livrar a população dos inconvenientes da presença deste
material (estética, odores e doenças), como para poupar a Natureza
do agravo ambiental dos lixões (contaminação do lençol freático
pelo chorume, gases do efeito estufa, presença de aves que provoquem
desastres aéreos e outros).
4.2 Compostagem. É uma técnica que transforma a matéria orgânica do lixo em composto orgânico, aumentando em mais de 50% a vida útil dos aterros sanitários e produzindo um ótimo condicionador do solo. Quando feito juntamente com a reciclagem, chega a pagar parte das despesas das Prefeituras com os RSU.
4.3 Incineração. A queima do lixo (principalmente o hospitalar) a elevadas temperaturas, é o método mais eficaz de eliminar os perigos de contaminação e os resíduos do seu tratamento. Observe na figura acima, no extremo inferior direito, os sacos plásticos de cor branca, que caracterizam a presença de lixo hospitalar.
4.2 Compostagem. É uma técnica que transforma a matéria orgânica do lixo em composto orgânico, aumentando em mais de 50% a vida útil dos aterros sanitários e produzindo um ótimo condicionador do solo. Quando feito juntamente com a reciclagem, chega a pagar parte das despesas das Prefeituras com os RSU.
4.3 Incineração. A queima do lixo (principalmente o hospitalar) a elevadas temperaturas, é o método mais eficaz de eliminar os perigos de contaminação e os resíduos do seu tratamento. Observe na figura acima, no extremo inferior direito, os sacos plásticos de cor branca, que caracterizam a presença de lixo hospitalar.
5
Definição de aterro sanitário e seus impactos ambientais
→
Modernamente,
é uma obra de engenharia que tem como objetivo acomodar no solo
resíduos no menor espaço prático possível, causando o menos dano
possível ao meio ambiente ou à saúde pública;
→
O
objetivo principal do aterro sanitário é o de melhorar as condições
sanitárias relacionadas aos descartes sólidos urbanos evitando os
danos da sua degradação descontrolada.
Os
aterros sanitários são divididos em dois tipos:
Aterro
convencional: formação de camadas de resíduos compactados, que
são sobrepostas acima do nível original do terreno resultando em
configurações típicas de “escada” ou de “troncos de
pirâmide”.
Aterro
em valas: visa facilitar a operação do aterramento dos resíduos
e a formação das células e camadas, assim sendo, tem-se o
preenchimento total da trincheira, que deve devolver ao terreno a sua
topografia inicial.
6
IMPACTOS AMBIENTAIS DOS ATERROS SANITÁRIOS
Os
impactos ambientais são divididos em 3 meios:
→
Meio
Físico
→
Meio
Biótico
→
Meio
Sócio Econômico
6.1
Impactos no Meio Físico
Geração
de gases: A decomposição de matéria orgânica existente na massa
de resíduos, produz significativa quantia de gases, que têm como
uma de suas principais características um forte odor e fácil
inflamabilidade.
6.2
Produção de Líquidos Percolados (chorume)
Grande
potencial poluente, principalmente se infiltrar no subsolo e
encontrar o lençol freático ou se escorrer superficialmente
atingindo corpos d'água ou nascentes.
6.3
Assoreamento e Obstrução de Cursos D'água Superficiais
A
terra carregada pela ação das águas pluviais, atingem os cursos
d'água próximos, promovendo o seu assoreamento e obstrução.
6.4
Deslizamento no Maciço de Resíduos
O
deslizamento dos maciços é responsável por graves acidentes
principalmente em aterros de grande porte. Quando na execução das
camadas de resíduos, a compactação do lixo não for efetuada com a
eficiência necessária, o maciço de resíduos apresentará grande
instabilidade podendo deslocar-se principalmente em épocas mais
chuvosas.
6.5
Impactos no Meio Biótico
Remoção
de cobertura Vegetal: Nas áreas de intervenção do aterro e de
empréstimos para material de cobertura, ocorre a remoção da
vegetação originalmente existente no local.
6.6
Afastamento da Fauna Silvestre
Com
a eliminação da cobertura vegetal original e com a movimentação
de pessoas e equipamentos envolvidos na operação do aterro
sanitário, os animais silvestres que normalmente habitavam a área,
afastam-se em busca de locais menos perturbados e adequados ao seu
desenvolvimento.
6.7
Desenvolvimento de Vetores
A
grande presença de matéria orgânica na massa de resíduos é um
forte atrativo para animais e insetos responsáveis pela transmissão
de diversas doenças, tais como ratos, moscas e baratas, que se
alimentam e se proliferam na área dos aterros sanitários.
6.8
Impactos no Meio Sócio Econômico
Desvalorização
Imobiliária:Os imóveis localizados na área de influência
direta de aterros com condições inadequadas, são sensivelmente
desvalorizados devido à degradação ambiental do seu entorno.
6.9
Queda na Qualidade de Vida da População do Entorno
Os
diversos impactos já relacionados ocasionados pelos aterros em
condições inadequadas, resultam na queda de qualidade de vida da
população localizada na área sobre a sua influência direta.
6.10
Desenvolvimento da Atividade de Garimpo ou Catação de Lixo
Em
aterros onde não existe o controle de acesso de pessoas, pode
ocorrer a presença de catadores em busca de materiais que possam ser
vendidos como sucata.
7
ENCERRAMENTO DE ATERROS SANITÁRIOS
Finalmente
destacamos que o aterro sanitário não deve ser encerrado sem que
sejam efetuadas as intervervenções necessárias para a sua
recuperação ambiental reduzindo-se o seu potencial impactante.
Intervenções:
Cada aterro sanitário possui características que devem ser
analisadas ao se planejar o encerramento. De acordo com as
características levantadas, deve-se determinar as intervenções
mais apropriadas para cada localidade.
Principais
Intervenções:
Impermeabilização
Superficial: Sobre toda a superfície onde existem resíduos
depositados, é necessário implantar uma camada impermeabilizante.
Plantio
de Gramíneas: Sobre a camada impermeabilizante deve-se aplicar
uma camada de terra apropriada para o plantio e cultivo de gramíneas.
Drenagem
de águas pluviais: Sobre a superfície acabada do aterro, deverá
ser implantado o sistema de drenagem para o escoamento das águas
pluviais, protegendo os taludes e a superfície do aterro de erosões.
Implantação
de Projeto Paisagístico e de Ocupação Futura da Área:
No encerramento do aterro sanitário, deve ser desenvolvida a
revegetação da área, conforme diretrizes aprovadas no estudo
ambiental do empreendimento, da mesma forma que a ocupação prevista
para a área deve ser implementada.
8
MONITORAMENTO AMBIENTAL
Após
o encerramento de um aterro sanitário, os impactos decorrentes da
sua implantação, encerram-se apenas parcialmente, persistindo-se o
risco de acidentes e de contaminação ambiental. É necessário,
portanto, elaborar um Plano de Monitoramento a fim de que se possa
avaliar frequentemente parâmetros indicadores do risco e do
potencial impactante do aterro.
9
AOS CIDADÃOS
Ao
fazer qualquer projeto para implantação de ATERRO SANITÁRIO
deve-se fazer inicialmente o diagnóstico da situação e prever
ações para minimizar a quantidade a ser destinada e também ações
mitigadoras para todos os impactos previstos Além disso, o local a
ser implantado também tem que ser escolhido de forma a minimizar
tais impactos, de preferência afastado de qualquer curso d'água e
também deverá ser aprovado preliminarmente pelo órgão ambiental,
que deverá exigir o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório
de Impacto Ambiental).
Ao
ser apresentado um projeto de Aterro Sanitário em seu Município
procure saber se estes itens estão sendo atendidos e cobre das
autoridades responsáveis tal atendimento.
Eng.
Quimico:
Pós-graduado
em gestão ambiental, MBA em gestão pela qualidade total, Mestrado
em Eng.Quimica na área de resíduos.
Graduação
e Mestrado
pelo UFRJ, Pós em MBA pela UFF
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