A origem Canina
A grande busca para descobrir de onde vieram os cachorros
JAMES
GORMAN
DO "NEW YORK TIMES", EM OXFORD, INGLATERRA
DO "NEW YORK TIMES", EM OXFORD, INGLATERRA
Antes
que os seres humanos aprendessem a ordenhar vacas, pastorear cabras
ou criar porcos, antes que
eles
inventassem a agricultura ou a escrita, antes que eles passassem a
ocupar moradias permanentes e com toda certeza antes que eles
tivessem gatos, eles tinham cachorros.
Ou
os cachorros os tinham, a depender de como você observa o arranjo
entre cachorros e seres humanos. Mas os cientistas continuam a
debater exatamente quando e onde essa conexão tão antiga se
originou. E um novo e grande estudo conduzido pela Universidade de
Oxford com a colaboração de pesquisadores de todo o mundo pode em
breve oferecer pelo menos parte da resposta.
Um crânio canino que acredita-se ter 32 mil anos, em Bruxelas no Royal Belgiam Institute of Natural |
Os
cientistas já desenvolveram um quadro geral sobre as origens dos
cachorros. Para começar, pesquisadores concordam em que eles
evoluíram do lobo, na antiguidade. No passado, os cientistas
imaginavam que algum ser humano primitivo visionário, na era da caça
e coleta, tivesse capturado um filhote de lobo um dia e começado a
criar lobos mais e mais mansos, no primeiro passo da estrada que nos
conduziu aos passeios diários e coleiras antipulgas. A descrição é
simplificada, claro, mas a essência da ideia é a de que as pessoas
trabalharam ativamente para criar lobos que vieram a se tornar
cachorros, da mesma forma que hoje criam cachorros maiores ou
menores, ou especializados em pastorear ovelhas.
A
opinião científica prevalecente hoje, porém, é a de que essa
história de origem não é convincente. Domar lobos é difícil,
mesmo quando filhotes, e muitos pesquisadores consideram mais
plausível que na verdade os cachorros tenham se autoinventado.
Imagine
que alguns lobos da antiguidade fossem um pouco menos tímidos na
presença de caçadores nômades e se alimentassem periodicamente com
os restos de suas presas e de seus acampamentos, evoluindo
gradualmente até se tornarem mais e mais mansos e produzindo grande
número de crias por conta da facilidade de alimentação. Em dado
momento, esses animais teriam se tornado os pedintes que balançam o
rabo e hoje são celebrados como o melhor amigo do homem.
Alguns
pesquisadores questionam se cachorros são capazes de sentimentos
como amor e lealdade, ou se os seus modos amistosos são simplesmente
uma questão de instinto que os teria levado a evoluir dessa maneira
porque depender dos seres humanos é um modo de vida mais fácil do
que perseguir antílopes. Raymond Coppinger, professor emérito de
biologia no Hampshire College, aponta em "Dogs", o livro
marcante que ele lançou sobre o tema em 2001, que "melhor
amigo" não é "uma definição ecológica". E ele
sugere no texto que "o cão doméstico pode ter evoluído como
parasita".
Pesquisadores
também apontam que, do total estimado de um bilhão de cachorros no
planeta, apenas 25% são animais de estimação. A maioria dos
cachorros vive solta nas ruas de aldeias, procurando alimento no lixo
e recebendo comida ocasionalmente dos seres humanos, e causando
dezenas de milhares de mortes humanas ao ano por raiva. Eles são
ocasionalmente amistosos, mas não verdadeiramente amigos.
Os
cachorros modernos são diferentes dos lobos modernos de numerosas
maneiras. Comem confortavelmente na presença de pessoas, coisa que
lobos não fazem. Seus crânios são mais largos, e seus focinhos
mais curtos. Eles não vivem em uma estrutura de alcateia, quando
sozinhos, e alguns cientistas zombam das técnicas de treinamento de
cachorros que requerem que um ser humano se comporte como líder de
alcateia.
Os
lobos formam casais duradouros, e os pais lobos ajudam no cuidado dos
filhotes, enquanto os cachorros são completamente promíscuos e os
machos não prestam atenção às suas crias. Ainda assim,
cruzamentos entre cachorros e lobos são fáceis, e alguns cientistas
não estão convencidos nem mesmo de que as duas espécies sejam
diferentes, um ceticismo que reflete debates científicos mais amplos
sobre como definir uma espécie, e até que ponto essas categorias
são um fato da natureza e não uma linha traçada arbitrariamente
pelos seres humanos.
BUSCANDO
AS ORIGENS
Se
as atuais divisões entre espécies são confusas, o passado está
envolvo em profunda escuridão. Os cientistas em geral concordam em
que existem bons indícios de que os cachorros tenham sido
domesticados cerca de 15 mil anos atrás. Há 14 mil anos, seres
humanos já sepultavam cachorros, em alguns casos em companhia de
cadáveres humanos. Mas alguns biólogos argumentam, com base em
indícios de DNA e no formato de crânios antigos, que a domesticação
do cachorro pode ter acontecido há bem mais de 30 mil anos.
E
quanto ao local em que o processo teria ocorrido, pesquisadores que
estudam o DNA de cachorros e lobos –a maior parte do qual moderno,
mas com amostras vindas de fontes do passado– argumentaram nos
últimos anos que os cachorros se originaram no leste da Ásia,
Mongólia, Sibéria, Europa e África.
Uma
razão para as teorias conflitantes, de acordo com Greger Larson,
biólogo do departamento de arqueologia da Universidade de Oxford, é
que a genética dos cachorros é uma bagunça. Em entrevista em seu
escritório na universidade, em novembro, ele apontou que a maioria
das raças de cachorros foram inventadas no século 19, durante um
período de obsessão com cachorros que ele define como "o
grande liquidificador da louca era de obsessão europeia e vitoriana
com a criação de cachorros".
O
liquidificador em questão, bem como cruzamentos aleatórios
promovidos pelos cachorros mesmos, e cruzamentos com lobos em
diferentes momentos dos últimos 15 mil anos, criaram uma "sopa
de tomate" da genética canina na qual ingredientes são
difíceis de identificar, disse o dr. Larson.
Fragmentos de dentes e mandíbulas no Inglês Oxford Museum of Natural History |
O
jeito de encontrar a receita, ele está convencido, é criar um
grande banco de dados de DNA do passado para comparar com a sopa da
moderna genética canina. E com um colega, Keith Dobney, da
Universidade de Aberdeen, ele persuadiu muitos dos mais influentes
pesquisadores sobre cachorros a participar de um projeto amplo, que
recebeu US$ 2,5 milhões em verbas do Conselho de Pesquisa Natural e
Ambiental da Inglaterra e do Conselho de Pesquisa Europeu, para
analisar antigas ossadas caninas e seu DNA.
Robert
Wayne, biólogo evolutivo da Universidade da Califórnia em Los
Angeles e estudioso da origem dos cachorros, é parte do grupo de
pesquisadores e disse que "não há muita gente que trabalhe com
genética canina que não esteja envolvida no projeto".
Só
isso já é um triunfo, em alguma medida, dadas as muitas teorias
antagônicas nesse campo de trabalho. "Quase todos os grupos têm
hipóteses diferentes sobre as origens", ele diz.
Mas
o dr. Larson convenceu a todos da ideia básica de que, quanto mais
dados estiverem disponíveis e quanto mais cooperativo for o esforço,
melhores serão as respostas. A personalidade dele foi crucial para
estimular esse esforço coletivo, disse o dr. Wayne, que descreve o
dr. Larson como "um sujeito muito amistoso, gregário".
Além disso, acrescenta o dr. Wayne, "ele conseguiu não alienar
pessoa alguma".
Os
cientistas de museus e universidades que são parte do projeto estão
abrindo suas coleções. Para recolher esses dados, o dr. Larson e
sua equipe de Oxford viajaram pelo mundo, obtendo pequenas amostras
de ossos e medições de dentes, mandíbulas e ocasionalmente crânios
quase completos de cachorros, lobos e canídeos (que podem se
enquadrar em ambas as categorias), do passado e mais recentes. A fase
de coleta está quase concluída, disse o dr. Larson, que espera
terminar com DNA de mais de 1,5 mil amostras e fotos e medições
detalhadas de mais outros milhares.
O
trabalho começará a resultar em estudos científicos a partir deste
ano, alguns dos quais originários de Oxford e outros das demais
instituições envolvidas, todos envolvendo trabalho de muitos
colaboradores.
O
dr. Larson está apostando que o projeto será capaz de determinar se
o processo de domesticação ocorreu mais perto de 15 mil ou de 30
mil anos atrás, e em que região. Mas não se trata da data precisa,
da localização por GPS e do nome exato do caçador primitivo
envolvido que alguns amigos dos cachorros talvez desejem.
De
qualquer forma, um resultado dessa ordem seria um grande avanço no
mundo da ciência canina, e um marco na análise de DNA do passado
para mostrar evolução, migrações e descendência, da mesma forma
que estudos do DNA de antigos hominídeos demonstraram de que maneira
as populações humanas do passado povoaram o globo e se acasalaram
com os neandertal.
Mas
por que estudar a domesticação dos cachorros, para além do
interesse obsessivo que muitas pessoas têm por seus animais de
estimação? O surgimento dos cachorros pode ter sido um marco
histórico.
"Talvez
a domesticação de cachorros em certo nível tenha dado a partida
para toda uma mudança na maneira pela qual os seres humanos se
envolvem, reagem e interagem com o seu ambiente", ele
acrescentou. "Não creio que seja uma hipótese absurda".
PASTOREANDO
A PESQUISA
O
dr. Larson está acostumado a conviver com pontos de vista amplamente
divergentes. Ele é americano, mas recentemente adquiriu também a
cidadania britânica. Os pais dele são norte-americanos e ele
visitava os Estados Unidos com frequência na infância, mas Larson
nasceu no Bahrein e cresceu na Turquia e no Japão, países nos quais
seus pais trabalharam como professores em bases militares
norte-americanas.
Ele
se formou no Claremont McKenna College, na Califórnia, e fez seu
doutorado em Oxford. Entre sua graduação e pós-graduação, passou
um ano procurando o leito de um rio da antiguidade no Turcomenistão,
e outros dois anos criando um escritório de consultoria ambiental no
Azerbaijão. Ele desenvolveu seu interesse pela ciência durante a
graduação, e adquiriu algum conhecimento sobre o assunto ao estudar
meio ambiente, economia e política, mas não tinha planos de fazer
carreira nesse campo. Sua carreira terminou por evoluir com base na
intensa curiosidade que ele sempre teve, em sua facilidade em fazer
amigos e em sua disposição de aproveitar oportunidades, como na
ocasião em que ele conseguiu pegar carona em uma expedição
arqueológica.
Ele
estava em Ashhgabat, no Turcomenistão, e um morador local que o
havia ajudado a alugar um velho caminhão da era soviética para
explorar o deserto o informou de que alguns ocidentais estavam
preparando uma escavação. Ele subiu em um dos caminhões.
"Acho
que cada pessoa lá pensava que eu estivesse com outra pessoa",
disse o dr. Larson.
Quando
o grupo parou para repousar e alguém lhe perguntou quem era ele, já
era tarde demais para questionar o que estava fazendo ali. "Fui
como completo clandestino", conta o dr. Larson.
Ardern Hulme-Beaman cortando um pedaço de crânio antigo para teste de DNA no Royal Belgian Institute of Natural Sciences, em Bruxelas |
Mas
ele era capaz de escavar, e falava russo, e dispunha de conhecimentos
especializados recentemente adquiridos –em bebedeiras na faculdade–
que ele diz terem encontrado grande procura à noite. Por sorte,
conta, os pesquisadores envolvidos na escavação eram "os mais
famosos e os melhores no campo da arqueologia neolítica britânica".
Um deles era Chris Gosden, diretor do departamento de arqueologia
europeia em Oxford, que posteriormente convidou Larson para um
mestrado de um ano em arqueologia na sua universidade. Isso terminou
por conduzi-lo a um programa de doutorado, depois de estudos de
pós-graduação nos Estados Unidos.
O
projeto atual surgiu quando o dr. Larson perdeu a paciência com a
falta de indícios de DNA antigo nos estudos científicos sobre a
origem dos cachorros. Ele ligou para o dr. Dobney, da Universidade de
Aberdeen, em 2011, e disse: "Vamos estudar cachorros".
Depois
de conseguirem a verba do conselho de pesquisa inglês, ele e o dr.
Dobney organizaram uma conferência em Aberdeen, Escócia, para
reunir o maior número possível de pesquisadores envolvidos em
trabalhos sobre a origem dos cachorros. A proposta dele ao grupo foi
a de que, a despeito de seus pontos de vista divergentes, todos
estavam interessados em obter os melhores indícios possíveis, não
importa aonde esses dados conduzissem.
"Se
tivermos de dar o braço a torcer, daremos o braço a torcer",
ele disse. "Isso é ciência".
UM
CRÂNIO DE 32 MIL ANOS
Mietje
Germonpré, paleontóloga do Real Instituto Belga de Ciências
Naturais, é uma dos muitos cientistas que participam do projeto
sobre a origem dos cachorros. Ela foi um dos diversos autores de um
estudo publicado em 2013 pela revista "Science" que
identificava um crânio de cerca de 32 mil anos de idade localizado
em uma caverna belga em Goyet como um cachorro primitivo. O dr.
Wayne, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, foi o autor
sênior do estudo, e Olaf Thalmann, da Universidade de Turku, na
Finlândia, o autor principal.
É
típico do projeto do dr. Larson sobre cachorros que, embora ele
discordasse das conclusões do estudo, argumentando que não havia
provas para definir o crânio de Goyet como cachorro, todos os
autores estivessem colaborando com ele em seu projeto mais amplo.
Em
novembro, em Bruxelas, a dra. Germonpré, tendo nas mãos o fóssil
de valor inestimável, apontou para o crânio largo, os dentes
próximos uns aos outros e o focinho curto do crânio - o que para
ela representa indicadores de que não se tratava de um lobo.
"Para
mim, é um cachorro", ela disse. Os estudos de DNA mitocondrial,
transmitido apenas por fêmeas, também indicavam que o crânio não
era de um lobo, de acordo com o estudo publicado em 2013.
A
dra. Germonpré disse acreditar que os cachorros tenham sido
domesticados algum tempo antes da morte do animal em questão, e se
inclina à ideia de que os seres humanos criaram os cachorros com
base nos lobos.
Ela
exibiu outra prova, uma reconstrução do crânio de um canídeo de
30 mil anos localizado perto de Predmosti, na República Tcheca e
portando um osso na boca. Ela reportou em 2014 que o fóssil era de
um cachorro. E diz que o osso é parte da prova de que o animal foi
sepultado com cuidado. "Acreditamos que o osso tenha sido
colocado lá deliberadamente", ela disse.
Mas
a dra. Germonpré reconhece que essas afirmações são controversas
e está disposta, como os demais profissionais da ciência caninas, a
correr o risco de danos aos fósseis a fim de obter mais informação
não só sobre o DNA mitocondrial quanto como ao DNA nuclear.
Para
minimizar o risco, ela conversou com Ardern Hulme-Beaman pesquisador
de pós-doutorado que participa da equipe de Oxford, sobre qual a
melhor maneira de cortar o crânio. Ele estava perto do final de
meses de viagens pela Rússia, Turquia, Estados Unidos e toda a
Europa para recolher amostras de mandíbulas e crânios de canídeos.
Hulme-Beaman
e Allowyn Evin, agora parte da equipe do Centro Nacional de Pesquisa
Científica francês, em Montpellier, tiraram muitas fotos de cada
mandíbula e crânio a fim de realizar medições geométricas de
morfometria. Processos de software detalhavam fotos de todos os
ângulos em forma de recriações tridimensionais que oferecem muito
mais informações sobre a forma de um osso do que simples medições
de largura e comprimento.
A
dra. Germonpré e o dr. Hulme-Beaman concordaram quanto a um ponto no
interior do crânio, para o corte. No laboratório, ele usou uma
perfuratriz elétrica com lâmina de corte para remover uma porção
do tamanho de uma fatia de noz. Um cheiro picante, de queimado,
indicava a presença de material orgânico intacto dentro do osso -
um bom sinal para o potencial de recuperação de DNA.
De
volta a Oxford, os pesquisadores tentarão empregar as técnicas mais
atuais para obter o máximo possível de DNA da amostra. Não há uma
porção de código que defina "cachorro" ou "lobo",
da mesma forma que não existe um traço craniano único que defina
uma categoria. O que os geneticistas tentam estabelecer é até que
ponto o DNA de um animal difere do DNA de outro. Acrescentar DNA de
fósseis ao processo oferece muito mais pontos de referência, ao
longo de um prazo maior.
O
dr. Larson espera que ele e seus colaboradores sejam capazes de
identificar uma seção de DNA em lobos da antiguidade que tenha sido
transmitida a descendentes mais parecidos com os cachorros, e por fim
aos cachorros modernos. E espera que sejam capazes de identificar
mudanças nos crânios e mandíbulas dos lobos que mostrem mudança
para formas mais caninas, ajudando a estreitar a busca pela origem da
domesticação.
A
suposição usual sobre animais domésticos é a de que o processo de
domá-los e de começar a criá-los seletivamente aconteceu só uma
vez. Mas isso não necessariamente é verdade. O dr. Larson e o dr.
Dobney demonstraram que porcos foram domesticados duas vezes, uma na
Anatólia (Turquia) e uma na China. O mesmo pode se aplicar aos
cachorros.
SÓ
O COMEÇO
Ainda
que a coleta dos velhos ossos esteja quase completa, o dr. Larson
continua a negociar com pesquisadores chineses para obter amostras
daquela parte do planeta, que ele diz serem necessárias. Mas tem a
esperança de que virão.
Se
tudo correr bem, disse Larson, o projeto publicará um estudo global
de todos os participantes, descrevendo suas conclusões gerais. E nos
próximos dois anos, os pesquisadores, usando os dados comuns,
continuarão a publicar suas conclusões separadamente.
Outros
grandes esforços colaborativos estão surgindo, além disso. O dr.
Wayne disse que um grupo estava sendo formado na China com o objetivo
de sequenciar 10 mil genomas caninos. Ele e o dr. Larson são parte
do grupo.
No
final do ano passado, o dr. Larson estava se empolgando cada vez mais
com a chegada de dados, mas ainda não estava pronto para revelar que
conclusões os dados o levam a tirar, ou que importância essas
conclusões poderiam ter.
Mas
ele está cada vez mais confiante em que os pesquisadores encontrarão
o que desejam, e ficarão próximos de resolver a espinhosa questão
de quando e onde o poder destrutivo da mandíbula de um lobo foi
substituído pelo poder persuasivo de um cutucão com o nariz gelado
de um cachorro.
"Estou
começando a acreditar naquilo que eu mesmo sempre disse",
afirmou o dr. Larson.
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