As 6 drogas mais Viciantes do mundo
As 6 drogas mais viciantes do mundo e como elas agem no corpo
O
álcool e o cigarro podem ser drogas legais, mas você sabia que elas
causam mais dependência do que a maconha, que é ilegal no Brasil?
Existem
tantas concepções erradas com relação ao uso das drogas - e
isso dificulta o desenvolvimento de políticas inteligentes - que
David Nutt, um pesquisador britânico, resolveu desenvolver uma
escala para avaliar exatamente o quanto elas são viciantes.
Ele
reuniu dois grupos de peritos para analisar o risco de dependência
de 20 medicamentos diferentes. O estudo
separou
as drogas em três componentes: o grau de prazer que ela dava ao
usuário e as dependências psicológica e física causadas na
pessoa.
Os
cientistas precisaram avaliar cada variável numa escala de 0 a 3.
Depois, os três componentes foram reunidos no ranking. Veja o
resultado encontrado por Nutt e os outros pesquisadores.
ÁLCOOL
Apesar de ser considerada uma droga legal, o álcool possui muitos efeitos nocivos no cérebro. Por isso, a substância ficou em sexto lugar no ranking criado pelo estudo de Nutt.
Droga depressora que afeta o sistema nervoso central do cérebro, o álcool causa desinibição e euforia na pessoa que o utiliza. Isso porque ele aumenta os níveis de dopamina na região de recompensa.
Em um experimento publicado no Jornal de Farmacologia, animais receberam doses de álcool e seus níveis de dopamina cresceram de 40% para 360%. Detalhe: quanto mais eles bebiam, mais os níveis aumentavam.
HEROÍNA
Ela
recebeu três de pontuação (de um máximo de três) na análise de
Nutt. Segundo o estudo, essa droga dá a mesma quantidade de sensação
de prazer que a cocaína. Porém, a heroína causa mais dependência
física e psicológica ao usuário.
Derivada
do ópio e sintetizada a partir da morfina em 1898, a heroína já
foi considerada uma solução para os viciados em morfina.
Atualmente, ela é classificada como a segunda droga mais prejudicial
do mundo para os usuários e a sociedade, segundo um estudo do
Comité Científico Independente sobre Drogas do Reino Unido.
Vários
fatores causam a dependência da heroína. O primeiro está
relacionado com os sistemas digestivo e nervoso, onde os efeitos de
tontura e letargia são associados, primeiramente, a uma percepção
de euforia e leveza. Aliás, esse opiáceo faz com que o nível de
dopamina no cérebro aumente em até 200%, de acordo com
uma pesquisa do
Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA feito em animais.
Além
disso, a droga também diminui a sensação de angústia por acionar
a função depressora no sistema nervoso central, onde chegam as
informações relacionadas aos cinco sentidos humanos e de onde
partem as ordens para os músculos. Por isso, muitas pessoas não
sentem dores físicas sob o efeito da heroína.
Como
é injetada diretamente na corrente sanguínea, a heroína reage
rapidamente no corpo. Geralmente, seus efeitos duram de duas a quatro
horas. Além de ser extremamente viciante, a dose de heroína que
pode causar a morte é apenas cinco vezes maior do que a necessária
para uma pessoa sentir seus efeitos.
COCAÍNA
Segundo
a pesquisa de Nutt, a cocaína é uma droga que causa dependência
psicológica maior do que física. Aliás, a vontade física de
inalar, fumar ou injetar essa droga é menor do que a necessidade de
usar o tabaco, de acordo com o estudo.
Nascida
nos Andes, onde o povo da região tem o costume de mascar a folha de
coca como estimulante para as vias aéreas, a cocaína foi utilizada
pelos europeus como tônico e analgésico - a própria Coca-Cola
tinha em sua composição química a coca até 1903.
Em
essência, a cocaína impede que os neurônios desliguem a dopamina
do cérebro, causando uma ativação anormal na região de
recompensa. Um dos efeitos desse recebimento desenfreado é o
sentimento de euforia. Além disso, tanta dopamina no corpo pode
gerar um aumento da pressão sanguínea e, consequentemente, a parada
do coração.
Para
continuar a ter as sensações agradáveis dos primeiros usos, os
dependentes da cocaína necessitam de doses cada vez maiores. O uso
intenso e frequente da droga pode causar distúrbios mentais, como
mania de perseguição, e lesões cerebrais. Ademais, a pessoa tem
muita insônia e começa a perder muito peso devido à falta de
apetite.
É
a partir do composto da cocaína que é feito o crack, outra droga
altamente viciante. Aliás, o crack é classificado por especialistas
como a terceira droga mais prejudicial para o usuário e para a
sociedade - a cocaína aparece em quinto lugar.
NICOTINA
Segundo
especialistas, a nicotina é a sexta droga mais perigosa do mundo
para os usuários e a sociedade. Composto principal do tabaco, ela é
rapidamente absorvida pelos pulmões quando utilizada e chega ao
cérebro em questão de segundos.
Existem
dois tipos de nicotina: a ácida e a alcalina. A primeira é ionizada
e não atravessa as mucosas da boca. Por isso, ela precisa passar
pelos alvéolos do pulmão para ser alcalizada e transportada para o
cérebro. Já a segunda é absorvida pela boca, levando a droga para
o cérebro a partir da corrente sanguínea. Desse modo, ela causa
mais dependência.
Quem
descobriu esse poder da nicotina alcalina foi a Phillip Morris. Para
tornar seus cigarros ainda mais necessários para seus clientes, a
empresa começou a adicionar amônia (uma substância alcalina) ao
tabaco e, com isso, produziu o cigarro Marlboro.
A
crise de abstinência da nicotina acontece quando os neurônios
"notam" que ela está sendo excretada pelo corpo e não
está mais nos receptores do cérebro. Isso provoca um alto grau de
ansiedade nos usuários. Em 2002, a OMS estimou que existe mais de um
bilhão de fumantes no mundo e que o tabaco irá matar mais de oito
milhões de pessoas até 2030.
METADONA
(ANALGÉSICOS)
A
metadona é utilizada, geralmente, no tratamento de viciados em
heroína, pois ela alivia sintomas característicos do consumo da
droga, como perda de libido, diarreia, dores nas articulações e
nervosismo.
Essa
droga tem uma composição parecida com a da morfina e age nos mesmos
receptores, por isso causa efeitos similares. A principal diferença
entre as duas é que a metadona dura mais tempo no cérebro (cerca de
24h), enquanto a morfina age durante oito horas.
Além
disso, a metadona causa uma síndrome de abstinência física mais
leve e prolongada. Porém, como a heroína, ela também é um opiáceo
capaz de causar dependência se usada irregularmente.
No
Brasil, a metadona é utilizada como um analgésico poderoso contra a
dor crônica - principalmente, no tratamento de câncer. Por ser
uma substância tóxica, ela deve ser extremamente controlada. Quando
misturada com sedativos ou álcool, a metadona pode ser
potencializada provocando uma overdose no usuário.
BARBITÚRICOS
(CALMANTES)
inicialmente
usado para tratamentos de ansiedade e insônia, o barbitúrico pode
ser injetado no músculo ou diretamente na corrente sanguínea e
também inserido via oral.
Quando
consumido, ele atinge o sistema central nervoso e interfere na
sinalização de produtos químicos no cérebro. Desse modo, ele
consegue desligar várias regiões, causando dormência nos músculos
e trazendo a sensação de euforia. Porém, em doses elevadas, ele
pode ser letal, pois suprime a respiração.
Antes
de existir normas e leis que dificultam uma pessoa a obter um
barbitúrico, ele era uma droga de fácil acesso, o que causou a
dependência e a morte de muitas pessoas. A qualidade de falecimentos
é alta devido ao alto risco de overdose desse composto - sua dose
letal é próxima do nível de uma dose normal. Se misturado com
álcool ou outros tranquilizantes, a chance de sobre dosagem é ainda
maior.
Alguns
remédios que levam barbitúricos em sua composição são o luminal,
o veronal e o gardenal. Suas ações variam de curta, intermediária
e prolongada, dependendo do paciente.
Matéria na íntegra através do link: http://super.abril.com.br/ciencia/as-6-drogas-mais-viciantes-do-mundo-e-como-elas-agem-no-corpo?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super
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