Telescópio russo para monitorar lixo espacial brasileiro

Rússia vai instalar telescópio no Brasil para monitorar lixo espacial

O governo russo vai instalar um telescópio em território brasileiro para monitorar a crescente ameaça do lixo espacial. É o primeiro telescópio com esse fim instalado no Brasil.
O acordo para a instalação será assinado no dia próximo dia 7, na sede do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG). A previsão é de que o telescópio russo já esteja operando em novembro.
Os signatários serão a Roscosmos (antiga agência espacial russa, recém-refundada como uma corporação estatal) e a Agência Espacial Brasileira.
O equipamento será instalado no Observatório do Pico dos Dias, localizado no município de Brazópolis. A uma altitude de cerca de 1.800 m, trata-se da principal instalação de observação astronômica em solo brasileiro.
O telescópio será de pequeno porte, com 75 centímetros de abertura, mas terá a capacidade de cobrir vastas regiões do céu –configuração ideal para o monitoramento de lixo espacial.
O custo não foi informado, mas será integralmente bancado pelos russos. Ao Brasil caberá ceder o espaço e infraestrutura básica.
PERIGO
A ideia é que o telescópio trabalhe todos os dias em que houver visibilidade, monitorando objetos que estejam em órbita da Terra.
Com isso, será possível criar uma base de dados com localização e trajetória de detritos que podem apresentar risco de colisão com satélites artificiais ativos ou até mesmo ameaçar danos à superfície da Terra, em caso de reentrada atmosférica.
Um equipamento similar, instalado nas montanhas Altai, na Rússia, já está em operação. A brasileira seria a segunda da rede e primeira fora do território russo.
"A seleção está ligada com o nível profundo de cooperação na área espacial entre Brasil e Rússia", diz Gennady Saenko, representante da Roscosmos que negociou o acordo.
Entre acordos previamente firmados entre brasileiros e russos, houve uma consultoria para melhorar o projeto do VLS, o veículo lançador de satélites nacionais, em 2003, e o voo do astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes à Estação Espacial Internacional, que acaba de completar uma década.
Também há entendimentos para a instalação de estações de solo do sistema Glonass (a versão russa do GPS americano) em território brasileiro, e há discussões no momento para uma missão não tripulada conjunta a um asteroide, embora sem definição concreta até agora.
PESQUISA ASTRONÔMICA
O projeto, conhecido pela sigla PanEOS (Sistema Eletro-Óptico Panorâmico para Detecção de Detritos Espaciais), pode ser benéfico para a comunidade de astrônomos brasileiros, segundo Albert Bruch, pesquisador do LNA responsável pela negociação do contrato com os russos.
"As imagens esperadas do PanEOS têm um enorme potencial para pesquisa astronômica em muitas áreas", diz o pesquisador. "O equipamento vai fornecer imagens de uma grande parte do céu visível no hemisfério Sul a cada noite com céu aberto. Elas conterão não apenas informações sobre detritos espaciais, mas também sobre todas as estrelas e galáxias no campo de visão."
Por fazer esse monitoramento constante do céu, elas devem ser especialmente úteis para estudar novas e supernovas, além do estudo de estrelas de brilho variável. Também pode ser útil na busca por objetos mais discretos do Sistema Solar, como asteroides, cometas e membros do cinturão de Kuiper.
Pelo acordo, a comunidade astronômica brasileira terá acesso a todas as imagens produzidas pelo PanEOS no Pico dos Dias.

Bruch já está inclusive avaliando o potencial de forma concreta, com base em dados colhidos pela estação gêmea nas montanhas Altai.

Matéria na íntegra através do link a seguir: 
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/03/1755425-russia-vai-instalar-telescopio-no-brasil-para-monitorar-lixo-espacial.shtml

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