2045: Super computadores assumirão o poder
2045: o ano em que os computadores assumirão o poder
Um
computador vai escrever o melhor romance de todos os tempos em um
segundo, resolver o maior mistério da ciência em um décimo de
segundo e descobrir o sentido da vida, do universo e tudo o mais em
menos tempo do que você leva para terminar este parágrafo. Muitos
de nós provavelmente estarão vivos quando esse dia chegar. O
problema é saber como será o dia seguinte... É o que vamos ver
agora. Bem-vindo à verdadeira Matrix.
Já
faz 15 anos que o Deep Blue, um supercomputador da IBM, bateu Garry
Kasparov, o grande trunfo do xadrez do time da humanidade. Na época,
houve quem desse pouco crédito à inteligência daquela máquina
pelo fato de o jogo ser altamente matemático - ciência para a qual
os computadores têm aptidão mais do que natural.
Na
prática, não haveria uma grande "inteligência" ali. Só
uma calculadora grande. Os computadores, então, poderiam até ser
geniais, mas nunca saberiam "pensar como um humano". Hoje
essa visão não faz mais sentido. O Watson, outro supercomputador da
IBM, conseguiu vencer em 2011 os dois melhores jogadores humanos no
Jeopardy, um game show da TV americana. Trata-se de um jogo de
perguntas e respostas que exige dos participantes uma baita
habilidade com linguagem. São questões do tipo "Esse objeto,
mesmo quando quebra, está certo duas vezes por dia. Qual é o
objeto?". "Um relógio", respondeu Watson, com a mesma
rapidez com que uma calculadora dá um resultado. E foi assim com
outras dezenas de perguntas nessa linha. "Isso não aconteceu,
note bem, porque algum cientista colocou aquela informação do jeito
certo", diz o americano Ray Kurzweil, um dos mais célebres
especialistas em inteligência artificial . De fato. Tudo o que
Watson fez antes de participar do jogo foi ler milhares de livros e
enciclopédias - inclusive a Wikipedia, embora ele não estivesse
conectado à internet na hora de responder as perguntas. Tinha de ser
tudo "de cabeça" mesmo. Admirável. E o bastante para
dizer que Watson está para o Deep Blue como um cachorrinho está
para uma formiga. Trata-se de uma inteligência infinitamente
superior - ainda que não chegue aos pés da humana.
Mas
para alguns especialistas essa nossa vantagem não deve durar mais
tanto tempo. É o caso de Kurzweil. Para ele, os chips devem nos
ultrapassar até a metade do século. É quando toparemos com o que
ele e outros cientistas chamam de "singularidade tecnológica".
Vamos ver o que é isso.
Na
física, "singularidade" é o que acontece no interior de
um buraco negro. Um buraco negro se forma quando uma estrela implode
e começa a ser destruída pela própria gravidade. Chega uma hora em
que não sobra mais estrela. Só gravidade. Na verdade, um pontinho
no espaço onde a gravidade tende ao infinito. Esse pontinho é o que
os físicos chamam de "singularidade". Com o passar do
tempo, a singularidade vai sugando tudo o que tem à sua volta. A
massa e a energia dos objetos que ela engole deixa o buraco negro
"mais forte". O poder de sucção dele aumenta, ele engole
mais coisas, fica mais forte... Em suma: o crescimento do buraco
negro acontece numa espiral infinita. Com a "singularidade
tecnológica" seria a mesma coisa. Uma máquina mais inteligente
que a humanidade criaria ela mesma máquinas ainda mais sofisticadas,
sem precisar de programadores humanos. A inteligência artificial
cresceria por conta própria, igual o poder de sucção dos buracos
negros. Esse processo tenderia ao infinito, com máquinas dando à
luz máquinas incríveis que depois criam máquinas ainda mais
fantásticas. E nós ficaríamos só assistindo.
Isso
é só uma possibilidade teórica. Mas talvez estejamos dando agora
mesmo os primeiros passos para chegar a essa realidade. E por um
motivo simples: construímos máquinas cada vez mais à imagem e
semelhança do nosso cérebro. A inteligência humana foi produzida
pela seleção natural. Ao longo da evolução, nossa cabeça cresceu
para lidar com desafios que nossos corpos não teriam como vencer -
tente correr de um leão na savana africana para ter uma referência
mais completa do que estamos falando.
A
sobrevivência dos seres humanos dependeu basicamente do
desenvolvimento da capacidade de criar extensões dos nossos corpos -
ferramentas - e ao mesmo tempo ter a chance de nos especializarmos no
uso delas. Podemos, portanto, resumir o cérebro humano em duas
qualidades básicas: capacidade de processamento (para imaginar a
ferramenta certa) e plasticidade (para se adaptar ao uso da tal
ferramenta).
Primeiro
vamos falar da capacidade de processamento. Qual é o desempenho
computacional dos nossos miolos? Pesquisadores da IBM fizeram essa
conta e estimam que o cérebro é capaz de atingir 36,8 petaflops -
ou 36,8 quatrilhões de operações por segundo. Isso equivale a mais
ou menos 1 milhão de PCs trabalhando em conjunto.
Coordenar
o trabalho de tantos chips ainda é algo impossível com a tecnologia
de hoje. Mas os supercomputadores têm avançado um bocado. Em 2012,
o Sequoia, da IBM, conseguiu atingir 16,32 petaflops - quase metade
da capacidade humana. Ainda assim, ele não faz nada tão incrível
quanto nós fazemos - coisas como pensar que estamos vivos. Por quê?
Para responder a essa pergunta, entra a segunda qualidade básica da
sua cabeça: a plasticidade.
Seu cérebro é altamente maleável, adaptável. Conforme o sistema nervoso vai se desenvolvendo, diversas regiões cerebrais vão assumindo diferentes responsabilidades. Sabe-se, por exemplo, que há áreas determinadas para o processamento da linguagem. Também há partes específicas do cérebro que controlam partes diferentes do corpo, como os pés e as mãos.
Seu cérebro é altamente maleável, adaptável. Conforme o sistema nervoso vai se desenvolvendo, diversas regiões cerebrais vão assumindo diferentes responsabilidades. Sabe-se, por exemplo, que há áreas determinadas para o processamento da linguagem. Também há partes específicas do cérebro que controlam partes diferentes do corpo, como os pés e as mãos.
Mas
o melhor de tudo é que dá para adaptar o cérebro conforme o uso. É
a plasticidade que permite, por exemplo, que um sujeito se torne um
grande pianista. As áreas do cérebro referentes às mãos se
expandem enormemente em quem treina piano durante muitos anos. "Nosso
cérebro é um sistema projetado para aprender, para se moldar na
interação com o ambiente", diz o psicólogo Steven Pinker, de
Harvard, um dos maiores especialistas no funcionamento da massa
cinzenta. Os melhores cérebros eletrônicos de hoje funcionam
basicamente assim. Ou seja: eles conseguem aprender. "As
técnicas que evoluíram no campo da inteligência artificial são
similares às técnicas que o cérebro usa", diz Kurzweil. "E
isso não aconteceu porque esse campo de pesquisa estava copiando o
cérebro". Ou seja: foi uma feliz coincidência. Uma
coincidência que permitiu máquinas como o Watson, capazes de
aprender por conta própria quando leem um livro - que nem
você.
Conforme a plasticidade dos cérebros eletrônicos aumente, é possível que uma hora eles fiquem tão complexos quanto o cérebro que você carrega. Kurzweil, que é o maior arauto dessa tese, estima que as máquinas chegarão a uma inteligência equivalente à humana em 2029. Sim, exatamente 2029. Ele chegou a esse número com base em projeções matemáticas sobre a evolução da capacidade de processamento. Claro que a previsão é polêmica - para muitos pesquisadores, cravar o ano em que algo tão imprevisível e insólito deve surgir é loucura. Ponto. Seja como for, pelas contas de Kurzweil, a singularidade propriamente dita começará em 2045, quando um único computador será mais inteligente que a humanidade inteira.
Conforme a plasticidade dos cérebros eletrônicos aumente, é possível que uma hora eles fiquem tão complexos quanto o cérebro que você carrega. Kurzweil, que é o maior arauto dessa tese, estima que as máquinas chegarão a uma inteligência equivalente à humana em 2029. Sim, exatamente 2029. Ele chegou a esse número com base em projeções matemáticas sobre a evolução da capacidade de processamento. Claro que a previsão é polêmica - para muitos pesquisadores, cravar o ano em que algo tão imprevisível e insólito deve surgir é loucura. Ponto. Seja como for, pelas contas de Kurzweil, a singularidade propriamente dita começará em 2045, quando um único computador será mais inteligente que a humanidade inteira.
Uma
máquina com tamanho poder seria tão fascinante quanto perigosa. Por
um lado, ela seria capaz de coordenar e executar todas as atividades
hoje atribuídas a nós, como escrever um grande romance ou unificar
numa só teoria a física quântica (que rege o universo subatômico)
e a relatividade (que dita as ordens no mundo das coisas grandes) -
algo que Einstein morreu tentando fazer. Tudo isso em questão de
segundos. Lindo. Por outro lado, qual é o nível de respeito que uma
máquina assim teria pela gente? Estamos falando de um "sujeito"
para quem um Einstein ou um Dostoievski são só cachorrinhos - e
nós, formigas. A gente não dá muito valor à habilidade
intelectual de uma formiga, certo? Isso dá a noção exata do
tamanho do perigo. Estamos criando uma possível "forma de vida"
ultrapoderosa que pode ou não compartilhar nossos valores éticos e
morais. Para discutir essas implicações, aliás, Kurzweil criou um
projeto ambicioso: a Singularity University, no Vale do Silício.
Trata-se de uma entidade fundada em 2008 que oferece cursos de
pós-graduação focados em "montar, educar e inspirar um grupo
de líderes". A esses líderes caberá "guiar o
desenvolvimento" dessa superinteligência artificial que estaria
por vir. A esperança por trás da iniciativa é que essas máquinas
já nasçam "cultivando" valores como democracia, liberdade
de expressão... Em suma, fazer com que elas, mesmo sendo vastamente
mais poderosas que nós, tenham "bom senso" suficiente para
não nos destruir. "As pessoas dizem: `Ei: isso não soa como
uma estratégia infalível'", diz Kurzweil. "E não é
mesmo. Mas é o melhor que podemos fazer."
UPLOAD
DE CONSCIÊNCIAS
Se
você não pode vencê-los, junte-se a eles. Esse ditado vai fazer
mais sentido do que nunca num mundo com máquinas bilhões de vezes
mais inteligentes do que nós: juntar-se a elas pode ser o futuro da
humanidade. "Um dia poderemos descarregar nossas lembranças num
computador e preservá-las", diz outro especialista em sistemas
inteligentes: o brasileiro Miguel Nicolelis, que trabalha no
desenvolvimento de próteses capazes de conversar com cérebros
humanos - e de funcionar como se fossem braços ou pernas normais.
Esse "descarregamento", em tese, pode significar o upload
da sua consciência para dentro de uma máquina. A mente continuaria
viva após a morte do corpo. E acabaria deitada eternamente no berço
esplêndido de um simulador de realidade... Não deixa de ser uma
forma de alcançar a vida eterna.
Bom,
provavelmente caberá à máquina decidir se você vai saber que vive
numa simulação. Ela pode achar que é melhor você não saber de
nada, e ir tocando a vida achando que tem um corpo, que respira, que
vai morrer um dia... Se for assim, inclusive, a singularidade pode já
ter acontecido. E nós estaríamos vivendo agora mesmo numa ilusão,
numa "Matrix". Essa hipótese, ao menos filosoficamente,
não tem como ser refutada, já que não dá para imaginar o que uma
inteligência superior é realmente capaz de fazer. Ou de já ter
feito.
COLABORADOR:
AGNALDO CURVELLO GALDINO
Técnico
em Informática: Formando do Colégio Estadual
Buarque de Nazareth, Itaperuna-RJ.
Formado
em CABEAMENTOS E REDES: Formado pelo CETEP-Itaperuna-RJ
Formado
em Montagem e Manutenção em micros: Formado
pelo CETEP-Itaperuna-RJ




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