Estrela dando à luz planeta similar à Terra



Astrônomos fotografam estrela dando à luz planeta em órbita similar à da Terra

É uma estrela jovem, com cerca de 10 milhões de anos, a 175 anos-luz daqui. Lá, neste exato momento, uma Terra está nascendo.

Astrônomos usaram a super rede de radiotelescópios Alma, instalada no deserto do Atacama, no Chile, para observar o disco de formação planetária em volta dessa estrela, chamada TW Hydrae, na constelação de Hidra.
Trata-se do disco mais próximo da Terra nesse estágio primordial e tem uma vantagem adicional: podemos observá-lo “de cima”, o que permite que os astrônomos percebam vários detalhes no disco.
O mais interessante deles, contudo, está na região central. Um anel escuro onde provavelmente um planeta como a Terra — ou talvez uma super terra — esteja se formando. O anel representa exatamente a mesma região que o nosso mundo ocupa no Sistema Solar, a faixa localizada a uma unidade astronômica da estrela-mãe.
O Alma já havia observado outro disco semelhante em torno da estrela HL Tauri. Mas, a 450 anos-luz de distância, era impossível discernir nela a região onde planetas como o nosso poderiam estar nascendo. Esta é, portanto, a primeira vez que testemunhamos de fato um mundo potencialmente rochoso em fase de construção.
Você há de notar também dois anéis mais escuros e largos. O primeiro deles está na região onde, aqui no Sistema Solar, temos Urano. O segundo, mais ou menos na faixa em que Plutão reside. Seriam eles outros planetas em formação? É possível, mas os cientistas ainda não conseguem cravar. Eles também aventam a possibilidade de que as manchas escuras representem “engarrafamentos” de gás e poeira gerados pelas regiões em que uma dada substância, por conta do calor, deixa de ser sólida para virar gás.
É possível que o primeiro desses anéis maiores seja a frente de transição do monóxido de carbono, e o segundo seja o da transição do nitrogênio molecular. (O mais interno, a uma unidade astronômica, talvez represente o da água, mas essa associação ainda é mais incerta, de acordo com os pesquisadores, que publicaram seu trabalho no “Astrophysical Journal Letters”.)

De toda forma, são observações como essa que nos dão a convicção de que finalmente os astrônomos têm agora os instrumentos para compreender em detalhes como se dá a formação de planetas — algo que durante séculos foi apenas alvo de hipóteses. Finalmente chegou a hora de saber.

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