Japão e sua muralha de gelo contra radiação de Fukishima
Japão usará muralha de gelo para impedir radiação de Fukushima
O
projeto custou mais de um bilhão de reais, e terá 1,5 km de
extensão
O
governo japonês aprovou a ativação de um sistema que criará uma
muralha de gelo em seu território. A ideia não é defender
reinos - como em Game
of Thrones -
e sim tentar impedir que a radiação exalada pelos destroços da
usina de Fukushima continue a ser espalhada pelos mares.
A
usina de Fukushima produzia energia da seguinte forma: uma série de
reatores (que possuem temperaturas altíssimas) era colocada em
contato com toneladas de água. O material fazia com que o líquido
evaporasse e o vapor movimentava turbinas, consequentemente gerando
energia.
Acontece
que em 2011, um terremoto atingiu a usina, esses reatores entraram
em contato com a água do mar, e desde então contaminam a região.
Os japoneses já até
tentaram tirar
o material dali, mas as altas temperaturas e radioatividade
dificultaram o processo. A ideia da barreira de gelo é deixar os
reatores ali, mas evitando que a água contaminada se misture ao
resto do oceano.
Não
é exagero chamar a coisa de muralha. O projeto consiste em tubos
refrigeradores localizados a 30 metros de profundidade. Ao serem
ligados, criarão a barreira de gelo, que deve ter 1,5km de extensão,
cercando todo o complexo nuclear. Trata-se de uma forma ao menos
viável de construir uma barreira dessas - já que fazer uma de
concreto no meio do mar seria virtualmente impossível. E os
custos foram relativamente baixos para algo desse porte: o
equivalente a R$ 1 bilhão. A usina de Belo Monte, que é grande, mas
não passa de uma construção convencional, está em R$ 30 bilhões
(tire R$ 5 bilhões, ou R$ 10 bilhões, de eventuais propinas e
corrupções, e ainda assim ela fica bem mais cara que a muralha
japa).
O
projeto todo, na verdade, é uma grande aposta. Tanto pode ser
que tudo saia exatamente como o planejado, e crie-se a
muralha de gelo quando os tubos congeladores forem
acionados, quanto é possível que a situação apenas
agrave os problemas do acidente nuclear. "As consequências
continuam desconhecidas. Isso porque o resultado esperado é baseado
em simulações", afirmou Toshihiro Imai, responsável da TEPCO
(empresa que gerenciava Fukushima) para falar de assuntos sobre o
acidente.
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