Usar o Facebook pode mudar sua religião
Usar o Facebook pode mudar sua religião, diz estudo
A
pesquisa, realizada nos Estados Unidos ao longo de 11 anos, mostra
que as redes sociais têm mudado as nossas crenças - e tornado as
pessoas mais tolerantes
"Borboletas
não conseguem ver as próprias asas. Elas sabem o quanto são
bonitas, embora todos ao redor consigam". Responda rápido: o
que você acha dessa frase? Parece legal, não é? Bom, antes de
mudar seu status no Wahtsapp, saiba que essas palavras vieram de uma
página
religiosa
no Facebook - uma das primeiras que aparecem quando você procura o
termo "Islã" por lá.
Se
você curtiu a frase mesmo não sendo muçulmano, saiba que não é o
único: uma pesquisa
feita
nos Estados Unidos mostrou que a maioria das pessoas faz a mesma
coisa - incorpora crenças, dogmas e práticas de diversas
religiões a partir de posts nas redes sociais. E mais: fazem isso
mesmo seguindo outra religião.
O
estudo, realizado pelo departamento de sociologia da Universidade de
Universidade
de Baylor, no
Texas, tinha como objetivo medir o quanto a comunicação em rede
influencia as crenças das pessoas. Para isso, 3 mil jovens de 13 a
17 anos foram questionados sobre religião e internet entre 2002 e
2013.
Nos
questionários, os participantes precisavam responder três perguntas
simples: se, para eles, outras religiões além da que seguiam
poderiam ter valores verdadeiros; se aceitar algumas crenças de
outras religiões seria ok ou condenável; e se uma pessoa da mesma
religião que eles poderia acreditar em partes de outras religiões.
Eles também tinham de dizer com que frequência participavam de
cultos religiosos - excluindo casamentos, funerais e batismos - e
quanto tempo passavam conectados ao Facebook.
A
pesquisa concluiu que 80% dos participantes acham que tudo bem
incorporar novas crenças à própria vida, mesmo que elas sejam
parte de outras religiões. Mas o que chama atenção é que apenas
as pessoas que mais usavam as redes sociais - 89% dos jovens - se
mostraram flexíveis em relação aos dogmas religiosos. O resto,
usuários menos frequentes do Facebook e de outras redes, são as
mesmas pessoas que disseram ir mais a cultos e rituais, como missas,
congregações e afins.
Através
das redes sociais, as pessoas estão vendo as religiões de uma forma
diferente: não mais como uma coisa antiga, inquestionável e sólida,
mas como algo mais livre, do qual se pode escolher algumas partes e
rejeitar outras para compor uma crença própria e personalizada. Uma
mesma pessoa pode curtir a frase da borboleta do começo do texto -
que é muçulmana -, aceitar a ideia de que não devemos ser apegados
a bens materiais - que é budista -, crer que Deus perdoa tudo -
católica - e por aí vai: uma salada mista religiosa e pessoal.
Os
sociólogos ainda não entenderam por que isso acontece, mas
acreditam que a mudança tenha a ver com uma característica
específica da internet - a sensação de anonimato, que nos faz
pensar que ninguém está olhando o que fazemos online. No Facebook,
dificilmente alguém vai julgar os seus likes
em
posts de diferentes crenças - mas, no mundo offline, você não pode
simplesmente sair falando de reincarnação em uma igreja evangélica,
ou pregar o perdão divino católico em um templo budista.
A
tendência é que, com a popularização cada vez maior das redes
sociais no cotidiano, essa nova visão de religião continue se
perpetuando. E amém. Ou Namastê. Ou Shalom. Ou o que você quiser.
Comentários
Postar um comentário
È necessário evitarmos frases que contenham palavras de baixo calão,ofensas,xingamentos,racismo e/ou qualquer insinuação de apologia a drogas ou crimes.