Capadócia




Localização: A Capadócia situa-se na região central da Anatólia, na Turquia.
Antigo Nome: Goreme.

Primeiros povos: Assírios e persas.









                                                             CAPADÓCIA

Numa surpreendente paisagem de origem vulcânica, encontram-se os vales da Capadócia. Curiosas formações de rocha e verdadeiros labirintos subterrâneos guardam fascinantes histórias de antigas civilizações.

A noção de "Capadócia" é tanto geográfica como histórica, tendo os seus contornos variado consideravelmente, conforme as épocas e pontos de vista. O geógrafo e historiador grego Heródoto considerava que a Capadócia estava delimitada pelos Montes Tauro a sul, pelo Lago Tuz (em turco: Tuz Gölü) a oeste, pelo rio Eufrates a leste, e pelo mar Negro a norte,uma área que, com algumas variações, foi sucessivamente uma satrapia(província) persa, satrapia do Império Macedónio, Reino da Capadócia e província romana.[1]
Atualmente, o termo Capadócia tanto pode referir-se a uma área de aproximadamente 15 000 km² entre Aksaray, Hacıbektaş, Kayseri e Niğde, cuja população total não chega ao milhão de habitantes, como a uma área muito mais restrita, o triângulo com aproximadamente 20 km de lado delimitado por Nevşehir, Avanos e Mustafapaşa, a sul de Ürgüp, sendo esta última zona a mais conhecida em termos turísticos. Em muitos mapas, o nome da Capadócia não é mencionado, já que não corresponde a qualquer demarcação política.
Em alguns contextos, principalmente na Antiguidade, o termo Capadócia designa uma região ainda mais vasta que a descrita por Heródoto, estendendo-se à costa mediterrânica a sul e quase até o que é hoje a Arménia a norte. O historiador grego Estrabão chama Cilícia à zona administrativa do que é hoje Kayseri, a antiga Cesareia e Mázaca, um termo que é mais usualmente aplicado, pelo menos em registos mais recentes, à região costeira do sul/sudeste da Anatólia. Quanto à região mais a norte, historicamente é usualmente mais associada com o Ponto.
As características mais distintivas da região são as formações geológicas únicas, resultado de fenômenos vulcânicos e da erosão, e o seu rico patrimônio histórico e cultural, nomeadamente cidades subterrâneas e inúmeras habitações e igrejas escavadas em rocha, muitas destas com admiráveis frescos. Em 1985, o Parque Nacional de Göreme, uma das áreas mais famosas da região, com 9 576 ha, foi declarada Património Mundial pela UNESCO.

A região é habitada há milhares de anos continuamente. Algumas civilizações antigas floresceram aqui, como a dos Hititas, tendo a região sido ocupada e sofrido influências de outras civilizações originárias da Europa e da Ásia Menor, tendo todas elas deixado a suas marcas.
As características geológicas deram origem a paisagens que são frequentemente descritas como lunares, se bem que a região não seja desértica. As rochas da região, principalmente tufo calcário, adquiriram formas caprichosas ao longo de milhões de anos de erosão, e são suficientemente macio para permitir que os humanos construam as suas habitações escavando-as, em vez de erigir edifícios, o que faz com que nessas paisagens lunares abundem cavernas naturais e artificiais, algumas delas ainda habitadas.
A situação geográfica da Capadócia, tornou-a encruzilhada de rotas comerciais importantes ao longo dos séculos e tornou-a alvo de contínuas invasões. Para se refugiarem durante as invasões e razias, os habitantes construíram refúgios subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades, supondo-se que as mais antigas podem remontar ao tempo dos Hititas, há mais de 3 000 anos, e que muitas ainda estarão por descobrir. Algumas podem ser visitadas, como é o caso das de Derinkuyu, Kaymakli, Özkonak e Mazi. Estas cidades têm vários níveis — a de Kaymakli, por exemplo, tem nove, embora apenas quatro estejam abertos ao público, estando as outras reservadas para investigação arqueológica e antropológica, — e dispõem de canais de ventilação, cavalariças, padarias, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, cujo número podia alcançar os 20 000, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detectados pelos invasores. Durante o período bizantino, algumas destas construções subterrâneas foram transformadas em igrejas e decoradas com frescos nas paredes e tetos.

Origem e significado do nome

Crê-se que o nome Capadócia provém do vocábulo hitita Katpadukya (terra de cavalos de raça). Outras fontes apontam a origem do nome nos persas, que chamaram à regiãoKatpatuka (igualmente "terra de cavalos de raça" ou de "terra de belos cavalos"). No entanto, o termo Katpatuka não é de origem persa, embora Heródoto referisse na sua descrição da conquista da Lídia pelos Hititas que era esse o nome dado à região pelos persas. Os gregos chamavam à região Leucosyri (Λευκόσυροι, (sírios brancos).
A fama dos cavalos da região remonta, pelo menos, ao tempo dos assírios. Há registos dos reis Assurbanípal (século VII a.C.), da Assíria, Dario I (521–485 a.C.) e o seu filho Xerxes I (519–465 a.C.), da Pérsia, terem recebido como presente cavalos da Capadócia, e Estrabão relata que os cavalos faziam parte do tributo da região aos persas.

Vale de igrejas
Terminada a perseguição aos cristãos, a Capadócia passou às mãos do Império Bizantino. Com isso, proliferou a construção de igrejas. Bastante decoradas, com pinturas de artistas do império, mais de 350 igrejas foram esculpidas nas rochas. No século XIII, os muçulmanos dominaram a região, pondo fim a esse tipo de construção. Atualmente, os habitantes da Capadócia têm o islamismo como religião, mas conservam as igrejas e os museus com adornos cristãos abertos à visitação.


IGREJA DECORADA
O interior das igrejas é decorado por motivos religiosos. Os afrescos coloridos contrastam com a cor externa das construções.






CAVERNAS HABITADAS
A arquitetura moldada pela força natural foi adaptada pelo homem. Assim, as cavernas foram habitadas por mais de 2000 anos.







FORMA DE CHAMINÉ
O vale das chaminés é uma das formações naturais mais célebres da Capadócia e permite uma das vistas mais bonitas do vale.


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