Catástrofes que a humanidade pode enfrentar
As próximas catástrofes que a humanidade pode enfrentar
No
curso da história, a humanidade sofreu com eventos de magnitudes
avassaladoras e que dizimaram milhões de vidas. Um exemplo foi
a pandemia conhecida como "Praga de Justiniano" que matou
17% da população mundial entre 541 e 544. Outro caso mais recente
foi a gripe espanhola, que eliminou entre 2,5% e 5% das pessoas no
mundo em 1918.
A
ocorrência desse tipo de catástrofe mostra que, enquanto algumas
gerações lidam com circunstâncias extremas, outras sequer imaginam
como é viver dessa maneira. Como resultado, os riscos desses eventos
para a vida na Terra são por vezes subestimados.
E
seria esse o melhor caminho para garantir o futuro da humanidade?
Bom, segundo a Global
Challenges Foundation (GCF),
consultoria sueca que investiga essas catástrofes possíveis e
auxilia governos no desenvolvimento de soluções para contê-las,
não, não é.
Em
um estudo chamado Global
Catastrophic Risks 2016,
conduzido pela GCF em parceria com a Universidade de Oxford, a
entidade buscou identificar e avaliar os eventos que, se acontecerem,
podem vir a dizimar mais de 10% da população mundial.
Para
se ter noção do que é um fato dessa magnitude, o estudo lembra que
entre os acontecimentos ocorridos no último século, nenhum chegou
perto de bater esse número: a Segunda Guerra Mundial, por exemplo,
matou 3% da população mundial.
"Apesar
de esse ter sido um evento terrível, nosso foco aqui é o de pensar
em possibilidades ainda mais extremas e que recebem menos atenção",
explicaram os pesquisadores. Isso porque, por menor que seja a
probabilidade de um evento como esse acontecer no curto e médio
prazo, com o passar dos anos, ele se torna cada vez mais real.
Ao
todo, o estudo levantou quatro eventos possíveis que já estão em
andamento e podem se agravar nos próximos anos. Veja abaixo quais
são eles.
Guerra Nuclear
As
escalas de consequências de uma guerra nuclear, explica o estudo,
dependem, é claro, da escala do próprio conflito. Mas os
especialistas da GCF lembram que os Estados Unidos, por exemplo, são
donos de ogivas com rendimentos que variam entre 5 e 455
quilotoneladas. A Rússia, por sua vez, tem ogivas com rendimentos de
50 até 800 quilotoneladas.
Quer
imaginar o impacto dessas ogivas, se usadas? Bom, o estudo cita a
bomba conhecida como Little Boy, usada pelos EUA em Hiroshima em
1945, e que tinha rendimento de 15 quilotoneladas. Ao menos 66 mil
pessoas morreram na cidade japonesa em decorrência da explosão.
As
chances de uma guerra nuclear são uma incógnita. Contudo, como
mostra o estudo, a história já nos deixou próximos desses eventos.
Um exemplo é a crise entre Rússia e Noruega em 1995. Na ocasião,
os russos confundiram o lançamento de um foguete norueguês com um
ataque nuclear, mas ele portava equipamentos científicos para o
estudo da aurora boreal.
Especialistas
ouvidos pelos pesquisadores apontaram uma situação específica em
que o mundo deve se manter atento e que é em relação às disputas
territoriais entre Índia e Paquistão, sendo que os paquistaneses já
alertaram que podem fazer uso de suas armas nucleares na ocasião de
agressões.
Mudanças climáticas
As
mudanças climáticas, um resultado da emissão de gases nocivos,
fazem parte de uma das catástrofes que estão em andamento e que vem
impactando a vida de milhões.
Um
estudo
recente
mostrou que o ritmo de aumento do nível do mar hoje é o mais rápido
observado em 2800 anos. Caso não se note a diminuição nos níveis
de emissões, cientistas estimam que o aumento de 4 graus na
temperatura poderá impactar locais nos quais 500 milhões de pessoas
vivem.
Mas
a GCF vê motivos para que o mundo se prepare para um aquecimento
maior, uma vez que há estudos que mostram que os níveis de emissões
não irão diminuir, como é o caso de uma pesquisa da Universidade
de Cambridge, e que considere que as temperaturas possam aumentar em
até 6 graus.
"Esses
números são especulativos, mas nos dão razões para acreditar que
a possibilidade de mudanças climáticas catastróficas não deve ser
negligenciada, a não ser que ações enérgicas contra os gases
nocivos sejam executadas", pontuam os pesquisadores.
Pandemias naturais
Até
o advento das armas nucleares, eram as pandemias as maiores
responsáveis por catástrofes globais. E a história da humanidade
está cheia delas, mas são as gripes as maiores ameaças.
As
diferentes gripes, notam os pesquisadores, já chegaram a atingir
entre 24 e 38% da população mundial. Nesse sentido, o estudo
considera especialmente alarmante a epidemia de gripe aviária.
Embora não seja facilmente transmissível entre humanos, é difícil
prever e impedir o surgimento de espécies mais fortes da doença.
Pandemias
de gripe não são novidade no planeta. Nos últimos 300 anos, ao
menos dez delas aconteceram, mas não chegaram a matar mais de 5% da
população mundial. Um exemplo é a gripe espanhola que matou entre
50 e 100 milhões de pessoas há cem anos.
Riscos Exógenos
Riscos
exógenos são definidos pelo estudo como aqueles que nada tem a ver
com a ação humana, como erupções vulcânicas e impactos de
asteroides e cometas. "Evidências históricas sugerem que
catástrofes decorrentes desses eventos não são frequentes e são
pouco prováveis". Seus impactos, contudo, são sérios.
O
estudo lembra o caso da suposta erupção do supervulcão em Toba, na
Indonésia, há cerca de 80 mil anos, cuja emissão de cinzas e ácido
sulfúrico na atmosfera causou a redução de até 5 graus na
temperatura e dizimou espécies de todas as sortes.
As
chances de uma erupção como essa acontecer são pequenas. De acordo
com estimativas do estudo, esse tipo de evento ocorre uma vez a cada
30 mil anos.
No
que diz respeito aos asteroides e cometas que podem vir a se chocar
contra o planeta, os pesquisadores assinalam que qualquer corpo com
mais de 1,5 quilômetros de diâmetro poderia causar impactos em
escala global. A Nasa já conseguiu mapear 90% dos corpos com mais de
1 quilômetro e estima que as chances de um deles se chocar contra o
planeta é de 1 em 1250 em 100 anos.
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