Ex-ministro Paulo Bernardo preso, e agora Gleisi Hoffmann?
Paulo Bernardo tinha medo de ser preso havia mais de um ano
O
ex-ministro Paulo Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi
Hoffmann,
em imagem de 2010.
|
O
ex-ministro do Planejamento Paulo
Bernardo tinha
medo de ser preso desde o dia 10 de abril de 2015. Naquela data, há
pouco mais de um ano, o ex-deputado federal André Vargas era levado
à prisão durante a 11ª fase da Operação Lava Jato.
Vargas
era conhecido por aliados como o operador de Paulo Bernardo desde que
o ex-ministro era deputado federal pelo Paraná.
Quando
o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, no ano passado,
Bernardo deixou transparecer sua preocupação a amigos. Achava que
seria o próximo.
Vargas
foi investigado por ter usado um avião alugado pelo doleiro Alberto
Youssef, operador de propina na Petrobras. Teve o mandato cassado em
2014 e, depois, desfiliou-se do PT por risco de ser expulso do
partido.
A
maior parte dos petistas tinha conhecimento da ligação entre Vargas
e Bernardo e muitos integrantes do governo Dilma e da cúpula do PT
sabiam do risco que o ex-ministro corria diante das investigações.
ITAIPU
Em
agosto do ano passado, Dilma precisou suspender a nomeação de seu
ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da
hidrelétrica Itaipu.
A
então presidente da República estava convencida a nomear o aliado
mas foi alertada pelo então ministro da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, a não fazê-lo. Ele disse que Paulo Bernardo poderia ser
alvo da Polícia Federal a qualquer momento, o que irritou a mulher
do ex-ministro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A
prisão de Bernardo, nesta quinta-feira (23), portanto, não
surpreendeu os aliados de Dilma.
O
ex-ministro foi alvo de uma operação da Polícia Federal realizada
em parceria com a Lava Jato. Ele foi detido em Brasília, no
apartamento funcional de Gleisi, e deve ser levado à sede da PF em
São Paulo.
A
operação, batizada de Custo Brasil, mira em um esquema de pagamento
de propina em contratos de prestação de serviços de informática
no Ministério do Planejamento.
OUTRO
LADO
Após
a publicação da reportagem, a assessoria de Mercadante enviou uma
nota dizendo que "não são verdadeiras as citações feitas a
ele" no texto. A folha mantém a apuração.
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