Planalto paga dívida de campanha de Dilma, afirma delator
Delator diz que Planalto pagou dívida de campanha de Dilma, afirma revista
O EMPRESÁRIO BENEDITO RODRIGUES DE OLIVEIRA NETO, O BENÉ. |
O
empresário Benedito Oliveira Neto, conhecido como Bené, afirmou em
delação
que
dinheiro desviado do Palácio do Planalto foi usado para pagar
dívidas de campanha da presidente afastada Dilma Rousseff, conforme
noticiou nesta quinta-feira (2) a revista "Época".
Segundo
Bené, citado pela publicação, a operação teria sido feita entre
2014 e 2015 para pagar um débito com a agência Pepper, que atuou na
campanha presidencial da petista em 2010. A negociação teria sido
intermediada pelo do assessor de Dilma, Giles de Azevedo.
O
esquema teria consistido em antecipar, a pedido da Pepper, um
contrato do Palácio do Planalto com a agência Click no valor de R$
44,7 milhões. De acordo com Bené, a Pepper teria participação na
agência –a Click negou o fato à revista.
O
delator teria dito que não participou da negociação, mas que ouviu
o relato sobre o pagamento do governador de Minas Gerais, Fernando
Pimentel, que, por sua vez, teria se reunido com Giles pouco tempo
antes.
Bené
está preso pela Polícia Federal pela Operação Acrônimo, que
investiga irregularidades na campanha de Pimentel, de quem é amigo.
Ainda
segundo a "Época", a delação de Bené também acusa
Pimentel de repassar R$ 5 milhões em propina às campanhas do PT. O
dinheiro teria vindo da JHSF como compensação pelo lobby que
Pimentel teria feito para que a empresa pudesse operar no aeroporto
Catarina, em São Roque.
OUTRO
LADO
Procurado
pela reportagem, o advogado Roberto Pagliuso, que defende Bené,
afirmou que não vai comentar o assunto.
Giles
de Azevedo, por meio de nota, diz que "que desconhece o teor da
colaboração premiada do senhor Benedito Oliveira" e afirma que
"os fatos indicados na matéria são inverídicos e não
encontram respaldo na realidade, além de serem baseados em narrações
de "ouvir dizer" de terceiros". A nota ainda diz que
Giles "nunca foi responsável por gestão ou negociação de
contratos de publicidade da Secom (Secretaria de Comunicação da
Presidência da República) e tampouco conhece os representantes e/ou
prepostos da Agência Click".
O
governador Fernando Pimentel disse, em nota, que "tais encontros
e conversas (citados na reportagem) nunca existiram. As notícias são
absolutamente falsas, uma a uma, e demonstram, em tese, o desespero
de quem está disposto a alimentar o imaginário acusatório e de
prévia condenação que assola o Brasil há tempos", diz.
O
advogado de Danielle Fonteles, sócia da Pepper, diz que as
afirmações publicadas pela Revista Época, que teriam sido feitas
porBené, são totalmente inverídicas. "Essa questão, aliás,
já foi tratada no curso das investigações e é de conhecimento das
autoridades competentes."
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