Cemitério do povo de Golias
Arqueólogos encontram cemitério do povo de Golias
Cemitério: descoberto em expedição que durou 30 anos, os ossos vão ajudar a desvendar um grande mistério sobre os Filisteus. |
Eles
eram os arqui-inimigos dos israelitas. Os vilões da Bíblia.
Descritos como bárbaros e violentos, dominaram Israel
de
12 a.C a 5 a.C., impedindo que o povo de Deus ocupasse a terra
prometida.
Ou,
pelo menos, é isso que o livro sagrado diz sobre os filisteus - o
povo do gigante Golias, o último grande guerreiro filisteu que, na
Bíblia, é derrotado por Davi. Mas uma nova descoberta esclareceu um
pouco essa história: pela primeira vez, arqueólogos
encontraram
um cemitério filisteu com dezenas de ossos humanos - e a partir
deles, os estudiosos podem solucionar o mistério da origem desse
povo.
No
cemitério, foram encontrados 145 ossos, enterrados junto com potes
de cerâmica, perfumes, joias e armas, e datados entre 11 a.C. e 8
a.C. O achado é da Expedição arqueológica Leon Levy, realizada no
Parque Nacional de Ashkelon, em Israel (a 50km de Tel Aviv) - um
esforço que começou em 1985, e que desde então tem ajudado a mudar
a imagem bíblica dos filisteus.
O
cemitério foi descoberto em 2013, mas isso só foi
divulgado ontem.
Os arqueólogos dizem que esperararam todo esse tempo para fazer o
anúncio porque queriam terminar as escavações primeiro - e evitar
as críticas de ativistas judeus ultraortodoxos, que se colocaram
contra a expedição, afirmando que ela perturbava locais de
sepultamento.
Essa
não é a primeira grande descoberta envolvendo os filisteus. Nessas
três décadas de trabalhos, os arqueólogos encontraram diversos
artefatos artísticos, resquícios de construções elaboradas, armas
sofisticadas e até indícios de que o povo fabricava cerveja - e da
melhor qualidade.
A
partir de tudo isso, os estudiosos já tinham uma ideia de como os
filisteus moravam, se alimentavam e também de como eles faziam
trocas comerciais. Mas para reconstruir a história real dos "vilões"
bíblicos, faltava algo essencial: restos mortais de pessoas.
Os
ossos vão ajudar a desvendar o mistério da origem dos filisteus,
uma dúvida que ainda hoje divide especialistas - alguns acreditam
que o povo tenha surgido na ilha de Creta, na Grécia, enquanto
outros apostam no Chipre e na Turquia. A partir dos restos mortais,
os arqueólogos pretendem fazer exames de DNA para sanar, de vez,
essa dúvida histórica.
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