Comer macarrão pode emagrecer
Surpresa: comer macarrão pode ajudar a emagrecer
Um
grande estudo com mais de 23 mil italianos chega a uma conclusão
surpreendente: quanto mais massa eles comem, mais magros eles ficam.
DIETA DA NONNA. |
Se
massa engorda e os italianos adoram massa, como explicar que eles
sejam tão esbeltos, na média?
Foi
com essa pergunta em mente que uma equipe de epidemiologistas
italianos realizou um
grande estudo com
23.366 homens e mulheres italianos de 18 a 96 anos. Todos eles
tiveram suas dietas investigadas e passaram por medições para
determinar o índice de massa corporal e a relação cintura-quadril
(medida que serve para determinar o tamanho da pança). O resultado
surpreendeu todo mundo: quanto mais massa eles comiam, menos barriga
tinham (desde que o total de calorias na dieta fosse adequado).
Claro
que isso não quer dizer que macarrão emagreça. A tese dos
cientistas é que italianos que comem muita massa são mais
tradicionalistas em sua dieta. Portanto, provavelmente têm outros
hábitos que são típicos da Itália e que fazem bem pacas: farto
consumo de tomate e seu molho, de azeitona e azeite, de alho, além
de porções relativamente pequenas de carnes variadas. Italiano que
come muito macarrão normalmente come também todas essas coisas
saudáveis e por isso fica magro.
A
pesquisa é relevante porque nos últimos anos entraram na moda no
mundo todo as dietas baseadas em muita proteína e pouco carboidrato.
Inclusive na Itália tem muita gente maneirando na pasta e comendo
mais carne, na crença de que isso ajudará a emagrecer. A nova
pesquisa indica que isso não é uma boa ideia.
Sabe-se
há tempos que a chamada dieta mediterrânea, praticada
tradicionalmente não só na Itália, mas também em países como
França, Espanha, Grécia, Turquia, Marrocos e Tunísia, é
tremendamente saudável e está ligada a índices baixíssimos de
doença cardíaca e obesidade, mesmo com farto acesso aos maiores
prazeres gastronômicos do mundo. Em todos esses lugares, consome-se
muitos vegetais e azeite de oliva, geralmente em refeições longas
regadas a vinho e risadas, muitas vezes ao ar livre. Os cientistas
não sabem direito o que exatamente faz bem nessa dieta: se é o
azeite, o vinho, o tamanho reduzido das porções de carne, ou se é
o clima relaxado e a convivência com a natureza (provavelmente é
uma combinação de tudo isso).
O
novo estudo obviamente não significa que basta bater um pratão de
spaghetti por dia para perder a pança. Longe disso. Mas ele joga
areia nas novas "dietas da moda" que surgem dia sim dia não
mundo afora. O maior ensinamento da pesquisa é que apegar-se a
dietas tradicionais, que foram testadas e aperfeiçoadas ao longo de
gerações, provavelmente é uma ideia melhor do que abraçar a
última novidade propagandeada nas revistas e nos programas matinais
da TV.
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