Lula
oferece apoio a senadores em eleição na busca de votos pró-Dilma
|
Ex-presidente discursa em protesto contra o impeachment em São Paulo. |
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o PT a incluir as
eleições municipais deste ano na negociação com senadores para a
votação final do impeachment de Dilma Rousseff.
Segundo
a Folha
apurou,
Lula e a cúpula petista vão sinalizar a senadores que se
colocam hoje como "indecisos" diante
do afastamento definitivo de Dilma a possibilidade de, caso queiram
se candidatar a prefeito em outubro, ou tenham aliados como
candidatos, o próprio ex-presidente participar pessoalmente das
campanhas municipais.
"Essa
é uma possibilidade concreta, um ponto que pode ser objeto de
negociação, tratando da realidade local e regional", afirmou à
Folha o senador Humberto Costa (PT-PE).
A
aposta do PT é reverter o voto de senadores principalmente do
Nordeste, reduto eleitoral petista e por onde Lula vai fazer um tour
na próxima semana. Entre segunda (11) e quarta-feira (13), o
ex-presidente deve viajar à Bahia, Ceará e Pernambuco.
Nesta
quarta-feira (6), Lula desembarcou
em Brasília para
conversar com senadores do PT, no hotel onde costuma se hospedar na
capital, e participar de um jantar na casa do senador Roberto Requião
(PMDB-PR).
O
peemedebista é um dos principais entusiastas da tese de que, caso
volte ao Planalto, Dilma proponha um plebiscito que
convoque novas eleições presidenciais e faça um governo de
transição com mudanças na política econômica.
Três
dos senadores que estão no alvo de Lula e do PT para votarem a favor
de Dilma são Acir Gurgacz (PDT-RO), Cristovam Buarque (PPS-DF) e
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Os três estiveram nos dois
jantares realizados por Requião nas últimas semanas e prometeram
comparecer ao desta quarta, com a presença do ex-presidente.
Os
senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Romário
(PSB-RJ) são
cortejados também com a questão eleitoral, já que ambos podem ser
candidatos a prefeito no Rio.
Aos
senadores que se colocam como "indecisos", Lula vai manter
o discurso de que, caso Dilma retome o cargo, o governo será
"diferente", com ele no comando e mudanças "imediatas"
na política econômica. Isso porque, afirmam aliados, o
ex-presidente reconhece que hoje não há 28 senadores dispostos a
defender publicamente a ideia de novas eleições presidenciais e ele
quer ver "resultado prático" da tese.
Apesar
do discurso e das investidas, Lula e parlamentares petistas acreditam
que a volta de Dilma é, no momento, "muito improvável".
Mesmo os jantares de Requião vêm perdendo em número de
participantes: o primeiro encontro contou com 28 senadores, o
segundo, com 25.
IRRITAÇÃO
Na
semana passada, Lula demonstrou irritação com a demora para a
articulação do plebiscito e disse a aliados que a tese só seria
viável caso houvesse o apoio público de pelo menos 28 dos 81
senadores. Esse é o número que Dilma precisa ter em votos no Senado
para se livrar do impeachment –na primeira
fase do processo na
Casa, a presidente agora afastada teve o apoio de 22 parlamentares.
A
aposta dos petistas para que o sentimento de "volta, Dilma"
surja entre os parlamentares é no que chamam de "imponderável"
dos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.
Segundo
eles, as investigações poderiam desgastar o presidente interino,
Michel Temer, caso atinjam novos quadros do governo, e, assim, trazer
reflexos negativos para a economia.
Comentários
Postar um comentário
È necessário evitarmos frases que contenham palavras de baixo calão,ofensas,xingamentos,racismo e/ou qualquer insinuação de apologia a drogas ou crimes.