Mais um planeta anão na coleção solar
Mais um planeta anão para a coleção solar
Um
grupo internacional de astrônomos acaba de anunciar a descoberta de
um novo planeta anão além da órbita de Netuno.
É
bem verdade que é apenas mais um planeta anão — e sabemos que não
será o último –, mas sua descoberta pode ajudar a compreender a
história pregressa do Sistema Solar.
O
objeto foi encontrado com o Telescópio Canadá-França-Havaí, em
observações feitas para o projeto Ossos (sigla inglesa para
Pesquisa de Origens do Sistema Solar Exterior). Designado com a sigla
2015 RR245 pela União Astronômica Internacional, ele tem apenas 700
km de diâmetro, o que faz dele menor do que Ceres, o único planeta
anão que não está localizado na região além da órbita de
Netuno.
Com
esse tamanho modesto, ele naturalmente não é muito fácil de ver.
Foi detectado durante sua aproximação periódica da região
clássica do cinturão de Kuiper, que reúne objetos como Plutão,
além da órbita de Netuno. O novo planeta anão deve atingir o
periélio, quando fica a “apenas” 34 unidades astronômicas da
estrela-mãe, em 2096 — apenas um pouco mais distante que Netuno
(cuja órbita fica a 30,1 UA do Sol. (1 UA é a distância média
Terra-Sol, cerca de 150 milhões de km.)
Completando
uma volta a cada 700 anos aproximadamente, quando está mais longe do
Sol, o novo planeta anão avança a mais de 120 unidades astronômicas
aproximadamente.
Um
aspecto interessante do achado é que o projeto Ossos, que envolve
mais de 50 cientistas espalhados pelo mundo, não foi concebido para
encontrar planetas anões e sim objetos menores além da órbita
netuniana. O fato de eles terem encontrado o 2015 RR245 em meio aos
mais de 500 objetos transnetunianos descobertos mostra que há muitos
planetas anões lá fora.
E
eles ajudam a decifrar a história pregressa do Sistema Solar. “Os
mundos gelados além de Netuno traçam como os planetas gigantes se
formaram e então se moveram para longe do Sol”, disse Michele
Bannister, pesquisadora da Universidade de Victoria, no Canadá.
“Eles ajudam a compor a história do nosso Sistema Solar. Mas quase
todos essses mundos gelados são dolorosamente pequenos e discretos:
é realmente empolgante encontrar um que seja grande e
suficientemente brilhante de forma que possamos estudar em detalhe.”
Agora,
segundo os pesquisadores, essa descoberta não tem grande impacto
sobre a hipótese recente de que deva existir um nono planeta nas
profundezas do Sistema Solar. “A órbita do RR245, embora muito
distante, é dominada pela influência gravitacional de Netuno”,
disse Bannister ao Mensageiro
Sideral.
“Esse objeto não avança até as muitas centenas de UA
necessárias para fornecer quaisquer limites para a hipótese de um
nono planeta. Mas o RR245, junto com outros objetos transnetunianos
menores, fornece limites na migração de Netuno e nos diz sobre a
história e a formação do Sistema Solar.”
Enquanto
isso, a busca pelo — por ora hipotético — nono planeta continua.
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