Leitura de livros aumenta longevidade
Leitura de livros aumenta longevidade, afirma estudo
Pesquisa
diz que quem lê livros tem redução de 20% no risco global de
mortalidade
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"'Viram?',
disse Hermione quando Harry e Rony terminaram. 'O cachorro deve estar
guardando a Pedra Filosofal de Flamel!'. 'Uma pedra que produz ouro e
não deixa a gente morrer!', exclamou Harry."
O
trecho de "Harry Potter e a Pedra Filosofal" pode ser
adaptado, pelo menos em partes, para a vida real. É só trocar a
pedra filosofal por um livro.
Claro
que a ideia de vida eterna também é um exagero, mas uma pesquisa
recente afirma que a leitura de livros pode resultar em um tempo a
mais de vida.
Ler
livros reduziu, aparentemente, em 20% os riscos de mortalidade das
pessoas que, por 12 anos, foram acompanhadas. A pesquisa, publicada
na revista "Social Science & Medicine", utilizou dados
do Health and Retirement Study, realizado pela Universidade de
Michigan. Os 3.635 entrevistados eram adultos acima de 50 anos.
Além
de verificar se e quanto as pessoas liam, o estudo, chamado "A
Chapter a Day" (Um Capítulo por Dia, em tradução livre),
precisou "descontar" o efeito de alguns fatores que
influenciam a longevidade, entre eles: câncer, doenças de pulmão,
infarto, diabetes e hipertensão. Estado civil e situação e
trabalho, histórico de depressão, idade, sexo, raça e condição
econômica também foram considerados.
Mesmo
assim, os pesquisadores da Universidade Yale constataram uma bela
vantagem na sobrevivência daqueles que liam em média 30 minutos por
dia, quando comparados a não leitores. "É divertido saber que
quanto mais leio mais tempo vou ter para ler", diz o professor
de literatura Edmundo Juarez, 57.
O
estudo afirma que livros propiciam uma "leitura imersiva",
na qual o leitor consegue fazer conexões entre o que está sendo
lido e o mundo ao redor, as possíveis aplicações daquilo na vida
real.
Vocabulário,
concentração, pensamento crítico, empatia, comportamentos mais
saudáveis e menos estresse. A melhora de todos esses processos
cognitivos, no fim, pode levar a uma vida um pouco mais longa.
Juarez
concorda que a leitura diária melhora a saúde mental. Um dia sem
livros faz com que ele se sinta mal. "É o melhor passatempo que
existe e é barato. O tempo passa voando, mesmo que ele vá devagar.
Você se sente bem ao terminar a leitura."
O
brasileiro, em geral, tem opiniões um pouco diferentes sobre o
assunto. Segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil",
divulgada este ano pelo Instituto Pró-livro e pelo Ibope
Inteligência, apenas 24% dos entrevistados disseram gostar de ler
livros no tempo livre.
Redes
sociais, televisão, música, WhatsApp, tudo isso está na frente da
leitura de livros no gosto dos brasileiros. A mesma porcentagem de
pessoas, 24%, declararam gostar de ler jornais e revistas no tempo
livre, outro tipo de leitura que também foi levado em conta na
análise dos pesquisadores da Universidade Yale. Contudo os
resultados para os periódicos, mesmo ainda positivos, não foram tão
expressivos.
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Mesmo
que o estudo norte-americano tenha tentado controlar todos os fatores
que, de alguma forma, poderiam influenciar na expectativa de vida,
algumas coisas podem ter escapado.
"A
qualidade da educação recebida. Se uma pessoa estudou em escolas
melhores (mesmo tendo a mesma escolaridade), isso pode ter levado ela
a, ao mesmo tempo, ler mais livros e também a adquirir maior
conhecimento sobre saúde que a levem a tomar mais cuidado com a sua
saúde e portanto viver mais", afirma Alexandre Chiavegatto,
professor de estatísticas de saúde da USP.
Mesmo
com a pesquisa bem conduzida, mais estudos ainda são necessários
para provar a relação. "Se a associação for confirmada no
futuro, espero que escrevam um livro sobre o assunto", brinca
Chiavegatto. Na dúvida, vale guardar sua pedra filosofal –ou
tentar encontrar uma.
Matéria na íntegra através do site: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/08/1805014-leitura-de-livros-aumenta-longevidade-afirma-estudo.shtml?cmpid=twfolha
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