Maior Dinossauro encontrado em terras brasileiras
Cientistas apresentam maior dinossauro já descoberto no Brasil
Um
grupo de paleontólogos descobriu o maior dinossauro já descrito no
Brasil até hoje. Batizado de Austroposeidon magnificus, ele
tinha cerca de 25 metros de comprimento –tamanho comparável a dois
ônibus urbanos– e viveu no período Cretáceo, há cerca de 70
milhões de anos atrás.
Fez
parte do grupo dos titanossauros, herbívoros pescoçudos que foram
os maiores animais terrestres de todos os tempos, de pescoço e cauda
longos e crânio pequeno. Esses animais viviam no supercontinente da
Gondwana, onde hoje são América do Sul, África, Índia, Antártica
e Austrália.
Até
agora, o maior dinossauro a ser descoberto no Brasil era
o Maxakalisaurus topai, também um titanossauro, que tinha
cerca de 13 metros de comprimento. Um titanossauro com mais de 20
metros pode ser considerado um gigante. O maior titanossauro já
achado até hoje foi o Argentinossauro, que tinha mais de 30
metros de comprimento.
Com
o A. magnificus, o Brasil passa a ter 23 espécies de
dinossauros achados e identificados aqui.
Apesar
de ter em seu nome uma referência ao deus grego marinho, Poseidon, o
bicho era terrestre, andava em bando e provavelmente tirava sua
comida da copa das árvores, diz uma das autoras da pesquisa, Camila
Bandeira, aluna de pós-graduação do Museu Nacional, da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro). Não é possível saber o
quanto pesava, nem se era macho ou fêmea.
A
referência a Poseidon, explica Bandeira, foi escolhida porque ele é
também o deus responsável pelos terremotos. "Imagine esses
bichos correndo em bando. Deveria causar um bom tremor", brinca
a pesquisadora.
Bandeira
acredita que o A. Magnificus tivesse um predador, mas ele
ainda não foi descoberto.
Vértebras
do pescoço e da coluna vertebral do A. Magnificus foram
encontradas por acaso, por um agricultor, durante a construção de
uma estrada perto de Presidente Prudente, em São Paulo, na década
de 1950.
O paleontólogo Llewellyn Ivor Price (1905-1980), que registrou os primeiros fósseis de dinossauros encontrados em território brasileiro, foi atrás e guardou o material.
O paleontólogo Llewellyn Ivor Price (1905-1980), que registrou os primeiros fósseis de dinossauros encontrados em território brasileiro, foi atrás e guardou o material.
A
importância da descoberta só começou a ficar clara há três anos,
quando Bandeira iniciou sua pesquisa. Até então, o material ficou
guardado dentro de um armário de madeira no acervo do Museu de
Ciências da Terra.
"Price sabia que havia achado um animal gigante, mas tinha tantos outros materiais para descrever, que acabou não tendo tempo", diz o paleontólogo Alexander Kellner, orientador de Bandeira.
"Price sabia que havia achado um animal gigante, mas tinha tantos outros materiais para descrever, que acabou não tendo tempo", diz o paleontólogo Alexander Kellner, orientador de Bandeira.
"O
que me chamou a atenção foi o tamanho do material e o fato de
ninguém ter tentado estudá-lo a fundo ainda. Como não havia sido
encontrado no Brasil um fóssil de anatomia parecida, isso pode ter
afugentado pesquisadores", palpita a pós-graduanda.
Os
ossos do bicho foram analisadas com um tomógrafo, espécie de
raio-x. Esse estudo mostrou que aquele exemplar tinha características
novas para os titanossauros, como anéis de crescimento intercalados
com um tecido ósseo mais denso.
O
custo da pesquisa foi de cerca de R$ 10 mil, que pagou materiais
usados na preparação do fóssil para estudo.
Para
os pesquisadores, a descoberta é importante para a paleontologia no
Brasil porque acrescenta uma nova espécie ao rol de nove
titanossauros que já eram conhecidos.
O
material ficará exposto no museu e será publicado na revista "PLoS
ONE", da Public Library of Science, com sede na Califórnia, nos
Estados Unidos.
Matéria na íntegra através do link: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/10/1820069-cientistas-apresentam-maior-dinossauro-ja-descoberto-no-brasil.shtml?cmpid=twfolha
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