Propina milionária paga à CUNHA pelo dono da GOL

Dono da Gol pagou R$ 2,8 milhões a empresas ligadas a Cunha, diz MPF

Força-tarefa não identificou serviços e suspeita se tratar de propina; empresa diz investigar o caso


A força-tarefa da Lava-Jato identificou pagamentos de empresas ligadas a Henrique Constantino, um dos donos da empresa Gol Linhas Aéreas, ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso nesta quarta-feira a pedido do juiz Sérgio Moro.
De acordo com as investigações, os pagamentos somam pelo menos R$ 2,8 milhões e foram realizados entre 2012 e 2015 por meio das empresas Jesus.com (antiga C3 Atividades de Internet) — que pertence a Cunha e a Cláudia Cruz, sua mulher —, e a empresa GDAV — registrada em nome de dois filhos de Cunha: Danielle e Felipe.
Os valores foram realizados pelas empresas de ônibus Breda e Princesa do Norte — que pertencem à família Constantino — e pela agência de publicidade AlmapBBDO, que atende à Gol e admitiu à Lava-Jato que o pagamento foi realizado a pedido da companhia aérea.
Para os procuradores, “não há indício de que as empresas tenham prestado algum serviço efetivo de publicidade compatível com os valores depositados”.
Um das suspeitas é de que parte dos valores se refere a pagamento relacionado a projeto que tramitava na Câmara dos Deputados e buscava reduzir o pagamento de impostos por parte de empresas de transporte coletivo. Além da Gol, a família Constantino é acionista do Grupo Comporte, que atua no de transporte rodoviário de passageiros.

Em nota, a Gol informou que recebeu solicitação da Receita Federal para prestar esclarecimentos sobre “investimentos publicitários realizados pela companhia”. Disse que “iniciou uma investigação interna e contratou uma auditoria independente externa para plena apuração dos fatos”. O Grupo Comporte também divulgou nota alegando que “colabora com as autoridades para total esclarecimento dos fatos”.
A Almap BBDO informou que as empresas ligadas a Cunha citadas na investigação “são websites para os quais nosso cliente Gol Linhas Aéreas requisitou veiculação de banners de comunicação que foi efetivada entre 2012 e 2013”. De acordo com a agência, “os serviços foram todos realizados com sua devida comprovação de veiculação”.

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