Reformulação do PT, segundo Dilma Rousseff
Dilma diz que está participando de discussões para reformular o PT
De
acordo com a ex-presidente, o partido deve reconhecer que cometeu
erros e quais foram esses erros
Presidente cassada Dilma Rousseff |
A
ex-presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, 13, que está
envolvida nas discussões em prol da reformulação do PT, que devem
passar pela troca antecipada da cúpula do partido. "Sem dúvida
eu vou participar disso, já estou participando. É algo que tem que
ser feito", disse em entrevista à Rádio Guaíba, quando
questionada sobre o assunto.
De
acordo com Dilma, o PT deve reconhecer que cometeu erros e quais
foram esses erros. "Agora, não é uma questão de se autopunir,
mas de buscar novos caminhos, de perceber que houve opções e
atitudes incorretas", avaliou. "Eu acredito que o PT tem um
patrimônio, é o patrimônio das lutas sociais no Brasil. Não é
esta ou aquela pessoa que definirá como o partido vai prosseguir."
A
ex-presidente disse que não vê ninguém de dentro do PT que seja
contra essa discussão a respeito do rumo que será tomado pelo
partido. "Tem que fazer uma reavaliação porque o que ocorreu é
muito grave. Não só as eleições. O impeachment é muito grave, a
ruptura democrática é muito grave, e isso vai ensejar a discussão
sobre o que fazer", falou, acrescentando que é importante
envolver a juventude nesse processo. "Tem de ter uma nova
geração que seja a responsável também por todo o reerguimento do
PT."
Na
entrevista à rádio de Porto Alegre, Dilma falou ainda que o seu
partido foi vítima de uma "demonização" nos últimos
tempos. "É como se o PT fosse o depositário de todos os
pecados do mundo, o que não é verdade", disse.
Lula.
Dilma afirmou que o quadro de "golpe continuado"
no Brasil tem como intenção principal impedir que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva participe das eleições de 2018. "Há
um objetivo claro de condená-lo na segunda instância e
inviabilizá-lo como candidato. Se ele vai ser atingido, não temos
como avaliar hoje, mas o objetivo é este", afirmou Dilma.
Ela
concedeu a entrevista nesta quinta-feira antes da divulgação da
decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal,
em Brasília, que aceitou integralmente denúncia contra Lula, o
empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais nove pessoas. Com isso, os
envolvidos se tornam réus e passam a responder à ação penal. Ao
petista, são imputados os crimes de organização criminosa,
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
Esta é a terceira ação penal aberta contra Lula, em pouco mais de
dois meses, envolvendo casos de corrupção.
Eleições.
Dilma Rousseff disse, também, que não pretende se
candidatar a nenhum cargo eletivo neste momento, embora o processo
que culminou no seu afastamento da Presidência da República tenha
mantido seus direitos políticos. "Não estou cogitando nenhuma
eleição no curto prazo nem acho que isso seja uma coisa que esteja
posta."
A
petista comentou a decisão do Senado na aprovação do impeachment,
quando a votação foi fatiada em duas partes. "Não foi para me
fazer candidata que mantiveram os meus direitos políticos. Acho que
mostra toda a contradição deste processo, porque era visível que
era um impeachment sem base constitucional, ou seja, não tinha crime
de responsabilidade", argumentou.
Na
entrevista, ao ser perguntada, Dilma disse que "não sente ódio"
do presidente Michel Temer, a quem acusa de traição. "Não se
pode ter ódio das pessoas porque não é no sentido pessoal que elas
agem. Elas agem representando interesses e valores que não são os
meus", falou. "Eu não tive ódio de torturador, porque vou
ter ódio de traidor dentro desses processos? Não funciona assim.
Ninguém pode ser movido a ódio, porque o ódio faz com que você
seja capturado pelo objeto que você odeia."
Matéria
na íntegra através do link:
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-diz-que-esta-participando-de-discussoes-para-reformular-o-pt,10000081990
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