DSTs voltam a preocupar
DSTs voltam a preocupar
Especialistas
acreditam que esse aumento é genuíno e reflete maior exposição a
situações de risco
De
2010 a 2015, a sífilis congênita aumentou 170%, de 2,4 para 6,5
para cada 1 mil nascidos vivos
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Novo
relatório do Centro de Controle de Doenças (CDC), divulgado na
última semana, mostra aumento importante dos casos de sífilis,
gonorreia e clamídia, três das doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs) mais comuns nos EUA no último ano.
De
acordo com os dados, foram 1,5 milhão de casos de clamídia (aumento
de 6%), 400 mil de gonorreia (aumento de 13%) e 24 mil de sífilis
(crescimento de 19%). Foram novos recordes dessas DSTs naquele país
em 2015. Independentemente de uma testagem mais efetiva,
especialistas acreditam que esse aumento é genuíno e reflete maior
exposição a situações de risco (sexo sem proteção). Essa
tendência de crescimento já havia sido detectada entre 2013 e 2014,
com aumento de 3% de clamídia, 5% de gonorreia e 15% de sífilis.
O
crescimento leva a um alerta adicional: todas essas infecções que,
em teoria, são facilmente tratáveis com o uso de antibióticos,
podem, em um futuro próximo, se tornar resistentes aos esquemas
convencionais de tratamento. Bom lembrar que, nesse ano, surtos de
gonorreia causados por bactérias multirresistentes foram
diagnosticados tanto nos EUA como no Reino Unido.
Por
falar em Reino Unido, informações do NHS Digital (Dados Digitais do
Sistema Nacional de Saúde), também divulgadas na última semana,
mostram que em 2015 houve queda de 4% do número de pessoas que
buscaram clínicas especializadas em saúde sexual, apesar do
crescimento dos casos de sífilis e gonorreia. Com a gonorreia, por
exemplo, houve aumento da ordem de 20% no último ano, com quase 35
mil casos confirmados, a maioria na população abaixo dos 25 anos.
Para
os especialistas britânicos, menos consultas pode ter relação com
o acesso mais difícil a esses serviços (várias clínicas fecharam
no período), com o aumento do número de mulheres que trocaram a
pílula anticoncepcional por métodos de prevenção mais duradouros
(como o dispositivo intrauterino) e com a ausência de educação
sexual mais efetiva. Entre os menores de 25 anos, quase 100 mil
jovens a menos receberam atendimento nesse tipo de clínica em 2015.
Os dados dos EUA e do Reino Unido foram divulgados pelo jornal inglês
Daily
Mail.
No
último mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia
atualizado suas orientações para o tratamento das DSTs mais comuns.
Foi a primeira mudança na abordagem desde 2003. Essas doenças
atingem 200 milhões de pessoas, todos os anos, no mundo. Sem
diagnóstico e tratamento, é uma questão de tempo para que a
resistência se torne um problema em larga escala.
As
novas orientações da agência incluem maior acesso a testagem e
tratamento, uso de terapias combinadas para a gonorreia,
monitoramento da prescrição e do uso correto de antibióticos para
evitar resistência, além de tratar os parceiros das pessoas
infectadas.
Brasil.Por
aqui, na última semana, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros,
admitiu que o País enfrenta uma epidemia de sífilis e anunciou
medidas para combater a doença. As informações são de Lígia
Formenti, do Estado. Entre as estratégias anunciadas, estão testes
rápidos e o tratamento mais precoce das gestantes.
Nos
últimos anos, as taxas de sífilis no País vêm aumentando em uma
velocidade nunca vista, principalmente entre gestantes, bebês e na
população dos homens que fazem sexo com outros homens (HSH). De
2010 a 2015, a sífilis congênita aumentou 170%, de 2,4 para 6,5
para cada 1 mil nascidos vivos. Entre gestantes, essa taxa cresceu
202%, de 3,7 para 11,2 a cada 1 mil nascidos vivos. Na população
adulta, os números indicam 42,7 casos para cada 100 mil habitantes.
Os
dados indicam que está havendo atraso no diagnóstico nas gestantes,
demora para início do tratamento, baixo uso de camisinha e,
possivelmente, um maior risco de contaminação por outras DSTs,
inclusive o HIV, causador da aids. Sem medidas urgentes e mais
efetivas de cuidados e prevenção, esses casos não vão diminuir no
curto prazo!
Matéria
na íntegra através do site:
http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,dsts-voltam-a-preocupar,10000083773
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