6 grandes guerreiras da Historia, quase desconhecidadas
6 grandes guerreiras (quase) desconhecidas
Nada de Joana D'Arc ou Elizabeth 1ª. As guerreiras da história foram piratas, quilombolas, faraós.
A celta irredutível - Boadiceia–séc.1- Reuniu 100 mil celtas e derrotou Nero
Boadiceia
era casada com Prasutagos, rei celta do século 1 d.C., e ficou viúva
ainda jovem. Um pouco antes de morrer, Prasutagos estabeleceu que
seus domínios na Grã-Bretanha fossem repartidos entre a esposa,
suas filhas e o imperador romano Nero, então um aliado. Roma não
concordou com essa fragmentação: queria todos os territórios. Tão
logo o rei celta morreu, Nero invadiu as terras e ordenou que
Boadiceia e suas duas filhas fossem torturadas, estupradas e
exiladas. Boadiceia se calou por dois anos. O silêncio só foi
rompido pela vingança. Por volta de 60 d.C., a rainha havia entrado
em contato com líderes tribais e organizado um exército com quase
100 mil soldados. À frente desses guerreiros, da noite para o dia,
ela derrubou a sede do governo romano e, em alguns meses, os rebeldes
– sob ordens de não fazerem prisioneiros – já tinham matado
mais de 70 mil romanos. Acuado, Nero se viu obrigado a abandonar o
território. O destino de Boadiceia depois dessa sangrenta batalha é
incerto. Historiadores sugerem que suas filhas tenham sido mortas
pelos romanos, e que a rainha, deprimida, tenha se matado logo após
a vitória.
A faraó do êxodo Ah-hotep1ª–séc.16a.C. Retomou o Delta do Nilo – num episódio que pode ter inspirado a Bíblia
Quando
Ah-hotep nasceu, no início dos anos 1500 a.C., o Egito não era mais
aquele. As terras mais férteis do reino, no Delta do Nilo, estavam
ocupadas pelos Hyksos – povos de Canaã, a futura Terra Prometida.
Seu marido, o faraó Taá 2o, morreu em combate contra os Hyksos.
Ah-hotep, então, assumiu o trono – e o comando das batalhas contra
os invasores. Com isso, treinou seus dois filhos, Kamose e Ahmose,
que se tornariam faraós e acabariam expulsando de vez os cananeus. O
episódio, segundo teorias pouco ortodoxas, teria inspirado a
narrativa do Êxodo bíblico, na qual os israelitas, um povo vindo de
Canaã, abandona o Egito rumo à terra natal depois de sofrer
hostilidades, igual os Hyksos. Seja como for, o fato é que Ah-hotep
viveu dias de glória como guerreira. Seu túmulo, recheado de armas,
e inscrições encontradas no templo de Amon-Rá atestam que ela
morreu como heroína militar.
A rainha pirata GraceO’Malley–séc.16. Liderou uma frota pirata e negociou com Elizabeth 1ª
Aos
13 anos, em 1543, Grace tinha apenas um sonho: trabalhar com navios.
Filha de um rico comerciante marítimo e governante do reino de
Umail, a menina ruiva cortou seus longos cabelos e, por um ou dois
anos, se misturou à tripulação de uma das embarcações do clã
O’Malley, atendendo pelo apelido de “Careca”. A vida no mar
provocou uma revolução em Grace. Quando seu pai morreu, deixou um
testamento indicando o desejo de que a filha administrasse o reino e
a frota comercial da família: um pedido que ela atendeu… em
partes. Grace dispensou a maioria dos marinheiros e decidiu dedicar
todos os navios sob seu comando à pirataria. Em poucos meses, a
força dessa frota já era temida por toda a costa irlandesa. Barcos
que se atreviam a cruzar seus limites eram saqueados e tomados – e
os capitães dos que não se atreviam eram sujeitos a “taxas”
astronômicas para passagens seguras. Quando O’Malley saiu
vitoriosa de um combate contra a frota inglesa, a rainha Elizabeth 1a
reconheceu sua força e decidiu entrar em contato. Grace e Elizabeth
trocaram cartas misteriosas, e se encontraram alguns meses depois.
Não se sabe ao certo qual foi o tom dessa conversa, mas fato é que
Grace negociou a soltura de seu irmão mais novo – previamente
capturado pelos ingleses -, readquiriu algumas de suas cargas
confiscadas e manteve o direito de “exercer” em paz a pirataria
em mares irlandeses, contanto que deixasse os navios ingleses em paz.
A defensora de Palmares-Dandara–séc.17. Segurou o quilombo e treinou ex-escravos
Dandara
é mais conhecida como “a esposa de Zumbi dos Palmares”, mas sua
vida – cercada de incertezas históricas – é muito maior do que
isso. Pesquisadores acreditam que ela tenha nascido em um navio
negreiro e se estabelecido no Quilombo dos Palmares ainda criança.
Lá, foi treinada na luta com armas e capoeira. Ainda adolescente,
Dandara foi escolhida para liderar a ala feminina de defesa do
quilombo. Seu prestígio acabou superando até mesmo o de muitos
homens. Assim, acabou se tornando responsável pelo treinamento de
crianças e mulheres, que deveriam conter as inúmeras tentativas de
invasão a Palmares. Foi a ferocidade de Dandara que conquistou
Zumbi. Para ela, a rendição e a negociação “pacífica” não
eram opção – a guerreira jamais se curvou às negociações do
governo português, e preferia viver em guerra do que fora de
Palmares, sob risco de ser escravizada. Em fevereiro de 1694, acuados
pelos portugueses, Dandara e dezenas de outros quilombolas foram
mortos – dois anos antes de Zumbi. A versão mais corrente diz que
ela foi executada na prisão, antes mesmo do julgamento. Mas muitos
defendem que Dandara tenha pulado de um penhasco, preferindo o
suicídio à prisão.
A apache piedosa Lozen–séc.19. Liderou os apaches contra os brancos
Lozen
e seu irmão, o chefe Victorio*, foram guerreiros apaches. Quando a
tribo de ambos foi forçada a viver em uma reserva, longe de sua
terra natal, em 1870, Lozen propôs a organização de uma
resistência indígena, que em pouco tempo foi devastada pelo
exército americano. Ainda assim, entre 1876 e 1877, os dois irmãos
lideraram uma ofensiva contra os administradores da reserva,
invadindo terras e incendiando propriedades no Arizona e no Novo
México. Victorio era um guerreiro impiedoso, mas Lozen conseguiu
convencer o irmão a poupar a vida de crianças, mulheres e idosos
durante as ofensivas. Lozen também teria se oferecido para conduzir
essas pessoas a áreas seguras, onde elas recebiam água, comida e
curativos de outros apaches. O comportamento misericordioso foi um
dos principais motivos para que os americanos reconhecessem os
direitos dos nativos da região.
*Muitos
índios célebres eram conhecidos por seus nomes espanhóis, como
Jerônimo(oooo), porque o oeste dos EUA foi território mexicano até
a década de 1840.
Estrategista persa Artemísia1ª –séc.5a.C. Desafiou Xerxes e derrotou os gregos
Nomeada
em homenagem à deusa grega da caça, Ártemis, ela governou
Halicarnasso, na atual Turquia, no século 5 a.C. Militarmente
treinada desde a infância, Artemísia foi uma brilhante comandante
naval, e uma das mais fortes aliadas de Xerxes, o rei da Pérsia,
durante suas invasões às cidades-estados gregas. Seus maiores
feitos foram registrados na Batalha de Salamina. Durante o conflito,
ela desaconselhou Xerxes a enfrentar as embarcações gregas de
frente, porque estas seriam muito superiores às persas. Xerxes a
ignorou. A comandante, então, tomou uma decisão extrema: colidiu
alguns de seus próprios barcos contra os de Xerxes, para que os
gregos pensassem que ela era uma aliada. O plano mirabolante
funcionou: batedores gregos ordenaram que seus navios recuassem, e a
frota do rei persa conseguiu se aproximar. Até onde vão os
registros, Xerxes – por fim derrotado – levou anos para descobrir
que Artemísia, sua aliada, foi responsável pelo naufrágio de seus
navios. A ousadia da comandante teve um preço alto sobre sua
reputação. Não há muitos registros sobre seus últimos anos, e é
provável que ela tenha morrido em combate. Contudo, registros
anônimos do século 8 defendem que Artemísia se jogou de um
penhasco depois de uma desilusão amorosa. Difícil de acreditar.
Matéria
na íntegra:
https://super.abril.com.br/historia/6-grandes-guerreiras-quase-desconhecidas/
Comentários
Postar um comentário
È necessário evitarmos frases que contenham palavras de baixo calão,ofensas,xingamentos,racismo e/ou qualquer insinuação de apologia a drogas ou crimes.